O marketing digital vive um dos momentos mais transformadores da história, e as projeções para 2025 apenas reforçam essa tendência.
Com a convergência entre dados, tecnologia e comportamento humano, tanto empresas quanto agências enfrentam o desafio de se reinventar continuamente para acompanhar as mudanças e atender às expectativas de um consumidor cada vez mais exigente.
De acordo com Rafael Pittigliani, CEO da NeoPerformance, hoje o uso de dados em tempo real deixou de ser um diferencial e se tornou uma necessidade. Isso porque as marcas que desejam se destacar, precisam ir além da segmentação genérica, que já não atende à complexidade das jornadas de compra.
“A conexão com o consumidor exige campanhas personalizadas que reflitam as aspirações de suas audiências, sempre pautadas pela transparência e respeito à privacidade dos dados compartilhados”, explica Pittigliani.
Em 2024, o Brasil registrou 187,9 milhões de usuários de internet, representando 86,6% da população. Desses, 144 milhões são usuários ativos de mídias sociais, correspondendo a 66% da população e um aumento de 1,4% em relação a 2023.
Esse dado evidencia a importância crescente das redes sociais como espaços de interação e descoberta para os consumidores modernos.
As redes sociais, protagonistas no marketing digital, continuam a atrair consumidores por longos períodos diários. Esse comportamento abre novas possibilidades para marcas em plataformas que favorecem descobertas orgânicas e interações genuínas.
“Neste cenário, a Meta se destaca na integração de audiência ao oferecer um funil de conversão completo, em que o usuário é transformado em lead, evolui para oportunidade e, posteriormente, para visita”, explica o especialista. “Com a utilização de CRMs robustos, é possível enviar sinais à Meta que indiquem quais são os usuários com alta qualidade, garantindo uma jornada eficiente e orientada a resultados.”
Olhando para outras plataformas, o YouTube tem se consolidado como um ponto essencial para estratégias de conteúdo, especialmente com o crescimento dos Shorts, que oferecem vídeos curtos e dinâmicos capazes de captar rapidamente a atenção dos usuários.
Pittigliani garante que essa funcionalidade não apenas amplia o alcance, mas também aumenta o tempo de engajamento.
Ao manter os espectadores conectados por mais tempo e integrar conteúdos mais longos e curtos de forma estratégica, as marcas conseguem criar jornadas envolventes, atrair novos públicos e incentivar a interação contínua, potencializando resultados e fortalecendo a presença digital.
Outro avanço crucial nesse ecossistema de dados é a evolução dos Data Clean Rooms, que estão redefinindo o compartilhamento seguro de audiências entre empresas.
Esses ambientes protegidos permitem que marcas combinem as bases de dados com parceiros e plataformas – de forma anonimizada, sem expor informações sensíveis – para criar segmentos hiper-relevantes e relatórios detalhados de jornada de impactos.
Na prática, um varejista pode cruzar os dados de CRM com os padrões de consumo de uma marca da indústria que possua uma base de clientes em um data clean room.
Essa abordagem não só respeita a privacidade, como transforma colaboração em vantagem competitiva, especialmente para retailers que operam marketplaces e marcas com estratégias omnichannel.
A inteligência artificial (IA) ocupa um papel central nessa evolução. Mais do que criar anúncios, ela permite entender com precisão por que determinadas abordagens funcionam. Atualmente, a IA facilita a interpretação de dados, tornando as informações complexas mais acessíveis.
“Ferramentas que analisam vídeos frame a frame ajudam a identificar padrões e entender melhor o comportamento do público em cada conteúdo. Isso possibilita o ajuste de campanhas, a criação de narrativas mais envolventes e a otimização de resultados, garantindo que cada ação gere maior impacto. No entanto, a IA não substitui a criatividade humana, ela agrega. O diferencial está em como os profissionais saberão integrá-la ao seu trabalho, ampliando sua capacidade de gerar resultados e insights.”
Rafael Pittigliani, CEO da NeoPerformance
Ao olhar para o futuro, é essencial que marcas e agências unam tecnologia, criatividade e sensibilidade humana. Quem deseja se preparar para o que está por vir precisa abraçar essa integração, estar atento às mudanças no comportamento do consumidor e explorar novas plataformas e estratégias.
O marketing digital de 2025 será marcado por desafios, mas também repleto de oportunidades para quem estiver disposto a inovar e se adaptar.