Lula denuncia genocídio em Gaza e aposta na paz na Ucrânia

Luiz Inácio Lula da Silva voltou a bater forte na hipocrisia internacional. Durante discurso nesta terça-feira (13) na China, o presidente brasileiro não economizou palavras ao classificar como genocídio o massacre promovido por Israel na Faixa de Gaza. Além disso, expressou otimismo com os esforços de paz entre Ucrânia e Rússia, criticou a ONU por sua paralisia cúmplice e, num gesto pragmático, elogiou a postura recente de Donald Trump diante do conflito.

“O que está acontecendo em Gaza é um genocídio. Não é uma guerra entre Exércitos. É uma guerra de um Exército altamente sofisticado contra mulheres e crianças”, afirmou Lula, deixando claro que não se trata de um conflito convencional — mas de uma barbárie diante da qual a comunidade internacional tem se omitido.

ONU omissa, Trump pragmático

Lula foi direto ao dizer que a ONU “não toma nenhuma decisão”, criticando duramente o papel decorativo da organização. Ele também comentou que, mesmo com ressalvas, vê Donald Trump como um ator relevante para uma eventual solução. “O Trump vem e diz: ‘Eu preciso fazer paz e parar com essa guerra’. Eu achei ótimo”, disse, em contraste com o discurso beligerante de Joe Biden, que, segundo Lula, “falava em destruir a Rússia todo dia”.

Apesar da crítica à proposta de Trump de transformar Gaza em um resort — que Lula considerou absurda —, o presidente brasileiro afirmou que o republicano pode contribuir para encerrar a tragédia: “Espero que ele possa dar uma contribuição para terminar o genocídio”.

Diálogo como única saída

Trump tem articulado conversas com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky e deve viajar à Turquia ainda nesta semana, onde está prevista uma nova rodada de negociações de paz. Para Lula, essa movimentação é bem-vinda. “Estamos vendo a possibilidade de que ambos se reúnam em Istambul e comecem, de verdade, a trocar palavras em vez de tiros. Isso salvará vidas.”

Brasil aposta na diplomacia

Lula ressaltou que o Brasil nunca tomou partido no conflito, mas sempre defendeu a via diplomática. Ele revelou, inclusive, ter ligado pessoalmente para Putin em um apelo pela paz. “Disse a ele: ‘Pare com essa guerra e volte para a política, porque a política está precisando muito de você’.”

A fala reforça a proposta brasileira de uma geopolítica menos submissa aos blocos de poder tradicionais e mais comprometida com soluções reais — mesmo que isso incomode os senhores da guerra.

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