O que são ondas infrassônicas? Vibrações podem ter fonte natural ou artificial

A erupção de um vulcão e a queda de meteoritos são exemplos de fenômenos que emitem ondas vibracionais capazes de se propagar pelo ar em baixa frequência. Essas ondas são conhecidas como infrassonssons com frequência inferior a 20 hertz (Hz).

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Ondas infrassônicas podem viajar por grandes distâncias. Isso ocorre porque, quanto menor a frequência de uma onda sonora, maior o seu comprimento de onda — e, consequentemente, maior o alcance que ela pode atingir.

Fontes de ondas infrassônicas

Pesquisas ao longo da história mostraram que diversos fenômenos geofísicos emitem infrassons, como erupções vulcânicas, terremotos, quedas de meteoritos, descargas atmosféricas (raios) e até mesmo ondas oceânicas.


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“As ondas oceânicas, uma fonte permanente de infrassons, geram ondas em torno de 0,5 Hz, o que corresponde a um comprimento de onda da ordem de um quilômetro”, destaca Roberto Sabatini, cientista do Laboratório de Mecânica dos Fluidos e Acústica em Lyon (França), em artigo divulgado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS).

Segundo Sabatini, a emissão de infrassons não se limita a fenômenos naturais. Explosões nucleares, estrondos de aviões supersônicos e turbinas eólicas são exemplos de fontes artificiais de ondas acústicas com frequência inferior a 20 Hz.

Estações de monitoramento

Estação de monitoramento de infrassom
Estação de monitoramento de infrassom localizada no Reino Unido (Imagem: Divulgação/CTBTO)

O marco decisivo para as pesquisas com infrassons ocorreu em 1996, com a criação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT). A partir dele, foram construídas cerca de 60 estações de monitoramento infrassônico, capazes de detectar testes nucleares secretos em qualquer parte do mundo por meio das ondas geradas por essas explosões.

No entanto, a utilidade da rede vai além da detecção de eventos nucleares. A cientista Elizabeth Silber, do Sandia National Laboratories, lidera um estudo que investiga como sensores infrassônicos podem ser usados para detectar a entrada de meteoritos na atmosfera terrestre.

Segundo Silber, a vantagem da rede global de detectores é não estar sujeita às limitações geográficas dos telescópios, que, por dependerem de visibilidade e localização, podem não cobrir áreas remotas do planeta.

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