São Paulo — O prefeito Ricardo Nunes (MDB) sancionou, nesta quinta-feira (14/5), o projeto de lei que altera o slogan que acompanha o brasão oficial do município. A partir de agora, no lugar de “Cidade de São Paulo”, a inscrição abaixo do brasão passa a ser “Prefeitura de São Paulo”. A mudança foi aprovada em segunda votação na Câmara Municipal na última semana.
“O câmbio da inscrição para Prefeitura de São Paulo afasta o caráter genérico da identificação atual, permitindo que o munícipe reconheça, de pronto, a administração pública responsável, a associando aos serviços, inclusive para solicitar melhorias”, afirmou a gestão Nunes na justificativa do projeto.
Segundo o texto sancionado, a mudança se alinha com as inscrições de logomarcas de outras capitais, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. A alteração da nomenclatura só valerá em equipamentos públicos inaugurados a partir de agora, com exceção de espaços existentes que necessitarem de reformas, mudanças ou substituições. Segundo a prefeitura, a medida não acarretará gastos.
Na discussão na Câmara, a base de Nunes argumentou que a inscrição de “Prefeitura de São Paulo” existia nas logomarcas até a gestão da petista Marta Suplicy. De acordo com o vereador Fábio Riva (MDB), líder do governo, em fala feita na tribuna durante as discussões, a mudança para “Cidade de São Paulo” ocorreu na gestão de Gilberto Kassab.
Críticas da oposição
A oposição a Nunes fez críticas ao projeto, argumentando que a prefeitura está deixando de olhar para problemas mais sérios da cidade. “O que a mudança no logotipo de ‘Cidade de São Paulo’ para ‘Prefeitura de São Paulo’ vai impactar na vida do cidadão? Nada”, disse a líder do PT, Luna Zarattini. “Temos que avançar em políticas públicas sobre saúde, educação e transporte”, protestou Luana Alves (PSol).
Nos bastidores, vereadores têm apontado a ausência de projetos importantes do Executivo na Casa. Desde o início do ano, Nunes enviou cinco projetos para a Câmara Municipal. Além da mudança de slogan, a gestão já encaminhou e viu aprovadas o reajuste anual dos servidores e a criação da Secretaria Municipal de Planejamento.
Os outros projetos do Executivo que tramitam na Câmara são a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026 e a criação do Conselho Municipal de Promoção da Segurança Jurídica Tributária.
Além dos textos de sua própria autoria, a gestão Nunes abraçou e pressionou pela aprovação de um projeto da vereadora Edir Sales (PSD) que alterava o nome da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para Polícia Municipal, o que acabou barrado na Justiça, posteriormente.
Com uma oposição mais forte e a falta de controle sobre as bancadas da base, que possuem em seus quadros vereadores com postura de independência, o governo tem tido dificuldade na relação com o Legislativo.
Um dos exemplos foi a aprovação em plenário de duas CPIs com potencial de danos à gestão, como a CPI do Jardim Pantanal e a das fraudes nas Habitações de Interesse Social (HISs). Com a criação aprovada pelos vereadores, a base aliada autuou para boicotar a instalação dos colegiados não indicando seus membros.
A oposição interpretou o episódio como uma pressão indevida do Executivo sobre a Casa e classificou o movimento como quebra de acordo.