A Índia bloqueou, nessa quarta-feira (14/5), o acesso a contas de redes sociais de veículos estatais chineses, como a agência Xinhua e o tabloide nacionalista Global Times. A medida ocorre após acusações de que os meios de comunicação chineses estariam divulgando propaganda favorável ao Paquistão em meio à recente escalada de tensões entre os dois países. A conta do canal turco TRTWorld também foi alvo do bloqueio.
China e Turquia mantêm laços estreitos com o Paquistão, sendo os chineses os principais fornecedores de armas ao país. Nesta quinta-feira (15/5), a conta do Global Times foi restaurada, supostamente após decisão judicial.
O bloqueio aos canais de comunicação estrangeiros acontece em meio a um contexto mais amplo de repressão digital: na última semana, milhares de contas em redes sociais foram derrubadas na Índia, incluindo perfis de jornalistas e veículos independentes.
O movimento é questionado por entidades de defesa da liberdade de imprensa.
Ao mesmo tempo, Índia e Paquistão enfrentam o momento mais tenso em décadas, após ataques militares na última semana.
A ofensiva foi acompanhada por uma enxurrada de notícias e conteúdos nas redes socias. O tabloide Global Times chegou a publicar uma reportagem que afirmava que o Paquistão teria abatido um caça indiano. A informação foi classificada como “desinformação flagrante” pela embaixada da Índia em Pequim.
Tensão entre Índia e China
A tensão entre Índia e China também cresce, isso porque Pequim anunciou a “padronização” de novos nomes para locais no estado de Arunachal Pradesh, região do nordeste indiano, reivindicada pela China como parte de seu território. O governo indiano respondeu.
“Uma nomenclatura criativa não alterará a realidade inegável de que Arunachal Pradesh foi, é e sempre permanecerá uma parte integrante e inalienável da Índia”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Randhir Jaiswal.
Em resposta, o porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, defendeu a decisão afirmando que a nomeação dos locais está “dentro dos direitos soberanos da China”.
Os países têm cerca de 3,8 mil quilômetros de fronteira disputada. Pequim tem pedido moderação, mas sua proximidade com o governo paquistanês, inclusive na área militar, é vista com desconfiança em Nova Délhi.