“Muitos sistemas que suportam a vida no planeta estão chegando ao limite do colapso. Criamos um modelo de consumo que extrai e descarta materiais com uma velocidade cinco vezes superior ao que o planeta consegue se regenerar.” Com essas palavras, Juliana Navea, diretora de Operações da Unidade de Pós-consumo da Ambipar, multinacional brasileira líder global em soluções ambientais, explica a importância de medidas como a economia circular.
A economia circular é um conceito econômico ligado à ideia de sustentabilidade e de minimização do desperdício de recursos. Sendo uma ideia que, nos tempos em que o apelo de uma vida sustentável cresce cada vez mais, vem tomando centralidade no mundo inteiro.
Seguindo essa tendência, a Ambipar vem atuando em 19 cidades do Brasil, espalhadas pelas regiões Nordeste, Sul e Sudeste, com o Programa Cidades Circulares.
O objetivo central do programa é oferecer soluções eficazes de gestão, produção e comercialização nas Centrais de Triagem. Dessa forma, garantindo que a reciclagem pós-consumo ocorra de forma mais justa, responsável, sustentável e economicamente inclusiva. Assim proporcionando melhores condições de trabalho, gerando renda digna e formando uma nova geração de profissionais da reciclagem.
Além disso, o programa se encaixa na linha de economia circular reduzindo a extração de matéria-prima e a geração de resíduos.
“O Brasil ainda enfrenta desafios para erradicar o descarte de resíduos a céu aberto. Enquanto isso, internacionalmente, há um movimento crescente para estabelecer metas que eliminem o descarte, promovam o reaproveitamento e incentivem a reestruturação dos produtos, muitas vezes convertendo-os em serviços compartilhados.”, explica Juliana Navea.
Um dos exemplos da estratégia coordenada pela Ambipar está em Vinhedo, município de pouco mais de 76 mil habitantes que integra a Região Metropolitana de Campinas, em São Paulo.
A partir da sinergia com as empresas Avery Dennison, Grupo Bignardi e o poder público local, o Programa Cidades Circulares alcançou, nos primeiros cinco meses de trabalho, números expressivos:
- Aumento de 12,5% na renda dos profissionais da reciclagem.
- Crescimento de 82% na receita média da cooperativa de reciclagem.
- Aumento de 162% no preço médio do plástico.
Esses números vêm da aplicação da metodologia do programa da Ambipar, que percorre três eixos:
- Diagnosticar as necessidades locais para garantir o fluxo e a massa reciclável naquele território.
- Capacitar e treinar os agentes públicos para assegurar a implementação de metas e políticas públicas na gestão de resíduos.
- Conectar territórios, promovendo a máxima sinergia na logística reversa e na sustentabilidade das ações implantadas.
Somado a isso, há também o empreendedorismo social que atua a partir de parcerias com as empresas e as cooperativas de reciclagem.
A ideia central, portanto, é fazer o círculo se completar em uma dinâmica de logística reversa, que começa pela coleta seletiva dos resíduos, a passagem pelas centrais de triagem cooperadas – as populares cooperativas de reciclagem – e o retorno à indústria.
“Nosso objetivo é levar os arranjos territoriais para as cinco regiões brasileiras distribuídas em diferentes cidades e em composições regionalizadas ancoradas nos consórcios”, definiu a diretora de operações.
“Nossa ambição, em um mundo circular, é que as cidades escalem este modelo garantindo uma menor pressão sobre o planeta, e a sustentação da vida como premissa de uma nova economia”, acrescenta.