A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, nesta quinta-feira (15/5), duas pessoas acusadas de aplicar o chamado golpe do bilhete premiado. Os criminosos foram capturados em Passo Fundo (RS) — os policiais do DF contaram com ajuda da Polícia Civil do Rio Grande do Sul na operação.
Os agentes apreenderam diversos itens de luxo durante a operação. Veja:
A ação policial tinha como objetivo prender cinco indivíduos, mas três não foram encontrados. A 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), responsável pelas investigações, divulga a imagem dos acusados e pede auxílio.
Saiba quem são:
É a segunda operação contra criminosos que praticam esse tipo de golpe em um mês. Em 4 de abril, a PCDF já havia prendido dois homens e duas mulheres e também apreendido diversos carros de luxo que estavam sob o poder da quadrilha.
Como funcionava o golpe
- Os bandidos abordavam uma vítima na rua, fingindo ser humildes. Enquanto um afirmava ter um bilhete premiado de loteria e que não poderia sacar o valor, outro finge que quer ajudar o primeiro golpista e propõe que ele e a vítima paguem uma quantia pelo bilhete e dividam o prêmio milionário.
- Eles diziam que o bilhete premiado era milionário; em certa ocasião, disseram que era de R$ 24 milhões.
- A vítima, convencida, ia ao banco na companhia do falso premiado e do bandido que se fingiu de bonzinho para ajudar. Lá, ela sacava um dinheiro para comprar o bilhete premiado.
- Os golpistas faziam a vítima sacar valores de até R$ 50 mil todos os dias. Algumas se endividavam e até vendiam casas e apartamentos.
As vítimas do DF têm entre 60 e 84 anos. Uma delas, moradora do Park Way, deu R$ 295 mil aos bandidos. A PCDF já estima um prejuízo geral de R$ 10 milhões.
No mês passado, a reportagem conversou com uma vítima e parentes de outras pessoas lesadas pelo grupo. Todos preferiram não ser identificados.
“Para a minha parente, essa primeira pessoa dizia que era testemunha de Jeová e que por isso não podia sacar o valor”, detalhou o familiar de uma vítima.
A outra vítima, abordada na Asa Norte pelo grupo, disse que não caiu no golpe porque percebeu antes. “Percebia que algumas coisas não encaixavam. Sugerir levar os dois a minha agência, eles recusaram a ideia. Então desconfiei mais”. Ela disse que ligou para o filho que disse se tratar de um golpe e assim não caiu na armadilha, mas fez um boletim para explicar o caso.
Tanto os indivíduos presos na primeira fase da operação quanto os indivíduos presos na data de hoje responderão pelos crimes de organização criminosa, estelionato contra idoso e lavagem de dinheiro.