Em um ano marcado pela recuperação do turismo interno, o setor de parques e atrações turísticas no Brasil deu um salto expressivo: recebeu 138 milhões de visitantes em 2024 — 11 milhões a mais que no ano anterior — e registrou um faturamento de 8,4 bilhões de reais, superando os 7,6 bilhões de 2023. Os números fazem parte da terceira edição do Panorama Setorial: Parques, Atrações Turísticas e Entretenimento no Brasil, estudo encomendado pelo Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (SINDEPAT) e pela Associação Brasileira de Parques e Atrações (Adibra), e conduzido pela consultoria Noctua.
O crescimento da demanda vem acompanhado por uma nova onda de investimentos: são 12 bilhões de reais em aportes em andamento. Do total, 9,4 bilhões de reais estão concentrados em 78 novos projetos espalhados por 44 cidades em 18 estados. As iniciativas incluem 31 novas atrações turísticas, 23 parques aquáticos e 15 parques temáticos. A maioria (59%) já se encontra em fase de construção e deve gerar ao menos 15 mil novos empregos diretos quando entrar em operação.
O estudo mapeou 854 parques, atrações e centros de entretenimento familiar (FECs) em todo o país, que juntos sustentam um contingente de 190 mil postos de trabalho — 10 mil a mais do que o número registrado no levantamento anterior. Entre os 316 empreendimentos que participaram da pesquisa, 228 também responderam nas duas edições passadas, o que permitiu aferir um crescimento de 2% nos empregos diretos desse grupo. “O estudo mostra o verdadeiro valor do nosso setor: sua capacidade de emocionar, gerar empregos, impulsionar o turismo e transformar territórios”, diz Vanessa Costa, presidente da Adibra.
Além da expansão geográfica, o setor vive uma transformação estratégica: 25,7% dos novos projetos já contam com algum tipo de estrutura de hospitalidade, como hotéis. O dado representa um avanço significativo frente aos 17,5% da edição anterior. Entre os parques de diversões e aquáticos, 43% estão associados a empreendimentos de multipropriedade ou timeshare — modelo que aumenta a atratividade e prolonga o tempo de permanência dos visitantes.
Apesar da expansão visível, o total de investimentos mapeados caiu frente aos 15,5 bilhões de reais registrados na edição anterior do estudo. Para Pablo Morbis, presidente do Conselho do SINDEPAT, a queda é reflexo do fim do PERSE, programa emergencial que fomentava o setor no pós-pandemia. “Mesmo assim, os 12 bilhões de reais demonstram que continuamos acreditando no país e gerando emprego e renda onde atuamos”, afirma.
Fonte: VEJA