Quais são os sintomas da gripe aviária em humanos? De quadros leves a graves

Na maioria das vezes, a gripe aviária afeta somente a saúde de aves, mas o vírus influenza A pode infectar outros animais e até humanos. Quando o agente infeccioso adentra o organismo humano, os primeiros sintomas tendem a ser iguais aos de uma gripe comum, como febre, tosse e dor muscular.

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A questão é que a gripe aviária em humanos pode evoluir para formas graves, dependendo da saúde geral do paciente. Outro fator importante é o acesso ao atendimento médico, que pode ser um diferencial nas chances de recuperação.

Como a gripe aviária é transmitida?

“O vírus não infecta humanos facilmente e a transmissão de pessoa para pessoa parece ser incomum”, afirma a Organização Mundial de Saúde (OMS). Então, o principal fator de risco é o contato de humanos com aves infectadas, silvestres, de criação ou domésticas. No Brasil, casos da doença só haviam sido identificados em pássaros selvagens até 2025, quando um foco da doença surgiu numa granja comercial no Rio Grande do Sul, em maio, como confirmado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).


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Risco de gripe aviária é maior para quem tem contato direto com pássaros (Imagem: Foremankelly/Envato)

“É improvável que uma ave criada para consumo de carnes ou ovos, em escala industrial, chegue a ser infectada, pois há um rigor na qualidade. Já as granjas menores, com produção para consumo próprio com animais criados em ambientes não controlados, podem sofrer com a contaminação”, explica Evaldo Stanislau, médico infectologista e diretor da Inspirali — vertical de medicina do Ecossistema Ânima.

Outro ponto importante é que, segundo o infectologista, “com o preparo da carne bem cozida, o risco no consumo é minimizado”. “Não há evidências de que a doença possa ser transmitida às pessoas por meio de alimentos devidamente preparados e bem cozidos”, reforça a OMS.

Quais são os sintomas da gripe aviária em humanos?

Febre alta é um dos principais sintomas da gripe aviária (Imagem: Prostock-studio/Envato)

“Esse é um vírus que causa gripe, portanto, as complicações e sintomas são exatamente os mesmos de uma gripe comum”, comenta Stanislau sobre os primeiros sintomas da gripe aviária em humanos.

Entre os principais sintomas da gripe aviária em humanos, estão:

  • Febre alta (maior que 38 °C);
  • Mal-estar;
  • Tosse;
  • Dor de garganta;
  • Dores musculares.
  • Dor abdominal;
  • Dor no peito;
  • Diarreia.

“Pacientes idosos e imunodeprimidos devem ter um cuidado maior, pois podem apresentar quadros mais graves da doença, como pneumonia”, alerta Stanislau. Afinal, mesmo que os sintomas iniciais sejam simples, a infecção sempre pode evoluir para formas mais graves.

A infecção pela influenza A em humanos pode causar doença grave e tem alta taxa de mortalidade, segundo a OMS. Neste estágio, o paciente infectado pelo vírus pode apresentar dificuldades para respirar, pneumonia e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Em casos mais raros, são identificadas alterações neurológicas e convulsões.

Quais os riscos da gripe aviária para a saúde humana?

A OMS entende que o risco da gripe aviária é baixo para humanos no mundo, incluindo o Brasil, mas o agente infeccioso deve ser monitorado devido ao risco de aparecimento de novas mutações. Seria motivo de preocupação caso o vírus se tornasse mais facilmente transmissível entre humanos, pontua a organização sobre um potencial risco.

Remédio para gripe aviária

Para pessoas que têm contato direto com aves (silvestres ou de cativeiro), os sintomas gripais devem servir de alerta. Em caso de suspeita de infecção pelo vírus da gripe aviária, o indivíduo é orientado a buscar ajuda médica, enquanto adota medidas para evitar a transmissão, como isolamento e uso de máscara respiratória.

Existe remédio contra a gripe aviária, segundo a OMS (Imagem: Rimidolove/Envato)

“O medicamento antiviral oseltamivir [comercialmente conhecido como Tamiflu] pode reduzir a gravidade da doença e prevenir a morte, e deve ser usado em todos os casos”, explica a OMS. Além desse remédio, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido indica o zanamivir (Relenza).

No momento, não existem vacinas disponíveis para o uso massivo para a proteção contra a gripe aviária. Por outro lado, inúmeras pesquisas estão em andamento se antecipando a esse possível problema de saúde pública. No Brasil, o Instituto Butantan realiza testes pré-clínicos de uma possível fórmula, adaptada a partir da vacina trivalente contra a gripe comum.

Mais tipos de gripe aviária

Embora o vírus da influenza A seja o maior foco de preocupações, ele já é conhecido há bastante tempo. Os primeiros registros da variante H5N1 são de 1997, segundo o NHS. A questão é que, ao longo dos mais de 25 anos, ele foi evoluindo, mesmo entre os animais, o que possibilitou a existência de várias formas.

Ainda considerando o vírus da gripe aviária, existem pelo menos mais três tipos de preocupação, que são monitorados pelas autoridades de saúde: H7N9 (conhecido desde 2013), H5N6 (desde 2014) e H5N8 (desde 2016). Em comum, o risco de transmissão em humanos parece ser bastante baixo. Algumas outras variantes já infectaram humanos, como H3N8, H7N7, H7N3, H9N2 e H10N3, mas a baixa transmissibilidade, sintomas brandos ou espalhamento contido as tornam pouco preocupantes.

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