Liberado da prisão, Márcio Pinheiro Saldanha (foto em destaque), o caminhoneiro bolsonarista que tentou invadir um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Recanto das Emas (DF), em 26 de março, terá de usar tornozeleira eletrônica.
Ele foi solto após decisão proferida pela 15ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal. O juiz Francisco Codevilla considerou que não havia elementos concretos que justificassem a manutenção da prisão preventiva.
Apesar de ter sido colocado em liberdade provisória, o caminhoneiro continuará no radar da Justiça, que estabeleceu algumas medidas cautelares, inclusive, monitoramento eletrônico.
Veja as medidas:
- O bolsonarista está proibido de ausentar-se da sede do Juízo de seu domicílio e recolhimento domiciliar no período noturno e nos finais de semana mediante uso de tornozeleira eletrônica pelo prazo de 90 dias.
- O monitoramento deve abranger zona de inclusão restrita ao endereço fixo indicado na denúncia (ou outro a ser comprovado pelo acusado) e a sede do Juízo de seu domicílio, competente para a fiscalização das cautelares.
- Márcio Saldanha deve comparecer, mensalmente, perante o Juízo de seu domicílio, pelo prazo de 90 dias e a todos os atos do processo quando intimado.
- Está proibido de ausentar-se do país.
- Não pode mudar de endereço sem comunicação prévia à Justiça.
Relembre o caso
Na madrugada de 26 de março, sob efeito de álcool, o caminhoneiro bolsonarista avançou com um caminhão contra a base da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Recanto das Emas (DF), como forma de protesto contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na ocasião, o motorista conduzia o veículo em alta velocidade, derrubou barreiras de contenção, pulou o quebra-molas e colidiu com duas viaturas da PRF que estavam estacionadas.
Ao ser detido, retirou a camisa, demonstrou nervosismo e declarou aos policiais que havia praticado um “ato terrorista” contra o Estado por querer “defender Bolsonaro”. O teste do bafômetro apontou 0,95 mg/L de álcool no ar alveolar, valor quase três vezes acima do limite para configuração de crime.
Além da tentativa de atentado e do acidente de trânsito, Saldanha foi flagrado oferecendo dinheiro aos policiais para não ser autuado em flagrante. A conduta resultou na imputação de três crimes: dano qualificado contra o patrimônio da União, corrupção ativa e embriaguez ao volante.
