Bolsonaristas planejaram assassinatos até dois dias antes da posse de Lula

Brasília – A trama golpista orquestrada por aliados de Jair Bolsonaro não era só retórica extremista: até a antevéspera da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º de janeiro de 2023, o plano de assassinato de autoridades seguia vivo. É o que revelam mensagens obtidas pela Polícia Federal e enviadas ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (14 de maio).

Wladimir Soares, policial federal afastado e preso, aparece discutindo os homicídios com outro aliado no dia 29 de dezembro de 2022. No diálogo, o bolsonarista revela: “O presidente vai dar para trás”, se referindo à fuga de Bolsonaro e da família para os Estados Unidos. “Michelle foi ontem”, afirmou, indicando o abandono do plano por parte do clã, mas não de seus seguidores.


PF detalha diálogos de golpistas até o fim

As mensagens, reveladas pelo Blog da Daniela Lima, mostram que o núcleo duro do bolsonarismo flertou com o terror até o limite. A ideia de um banho de sangue institucional circulava entre integrantes das forças de segurança, com apoio de setores do governo anterior.

Apesar de não alterar juridicamente o curso do processo, o novo relatório da PF escancara o grau de comprometimento de figuras como Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, cujo entorno foi diretamente envolvido nos diálogos.


Ramagem e Hugo Motta na mira

Ministros do STF interpretam os trechos como constrangedores para o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele vem atuando nos bastidores para poupar Ramagem, que atualmente é deputado pelo PL do Rio de Janeiro.

Parte dos diálogos aconteceu dentro da sede da Agência Brasileira de Inteligência, sob comando direto de Ramagem à época. O escândalo agora pressiona ainda mais para que os aliados de Bolsonaro não escapem ilesos da tentativa de golpe.


Fuga nos bastidores

Entre as revelações, está a confirmação da fuga em massa da família Bolsonaro antes da posse de Lula. O objetivo era claro: salvar a pele enquanto subordinados eram incentivados a manter viva a ideia de subverter a democracia pela força.

A presença dessas mensagens no inquérito joga luz sobre o papel de militares, policiais federais e membros do governo no incentivo à ruptura institucional.


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