A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é uma das entidades mais importantes para o futebol nacional, mas sua história recente tem sido marcada por escândalos e afastamentos sucessivos de seus presidentes. Desde 1989, a CBF vive uma crise de liderança que levou à instabilidade política e jurídica dentro da organização. A história da confederação tem sido marcada por acusações de corrupção, lavagem de dinheiro, assédio moral e até falsificação de documentos.

Foto: Lucas Figueiredo/ CBF
Ricardo Teixeira: escândalos e legado manchado
Ricardo Teixeira foi presidente da CBF por mais de 20 anos, de 1989 até sua saída em 2012. Durante sua gestão, o Brasil conquistou duas Copas do Mundo, em 1994 e 2002, o que, a princípio, lhe conferiu um legado de sucesso. No entanto, o que marcou sua saída foram os diversos escândalos de corrupção que vieram à tona. Em 2019, a FIFA baniu Teixeira do futebol mundial, após a revelação de que ele havia recebido propinas, incluindo valores que somam cerca de 30 milhões de reais, por contratos de transmissões de competições.

Foto: Divulgação/Internet
José Maria Marin: prisão e acusações de corrupção
Após a saída de Teixeira, José Maria Marin assumiu o comando da CBF, mas seu mandato também foi permeado por polêmicas. Marin foi preso em 2015 durante a operação FIFA Gate, um escândalo de corrupção que envolveu altos dirigentes da FIFA e outras federações. Em 2018, ele foi condenado nos Estados Unidos a quatro anos de prisão por envolvimento em crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e conspiração. Seu nome foi associado diretamente a um dos maiores escândalos da história do futebol mundial.

Foto: Tomaz Silva/Arquivo/Agência Brasil
Marco Polo Del Nero: corrupção e o banimento da FIFA
Marco Polo Del Nero foi o próximo presidente da CBF, de 2015 a 2017. Assim como seus predecessores, ele também se viu envolvido em acusações de corrupção. No final de 2017, Del Nero foi banido pela FIFA por envolvimento em subornos e fraude relacionada a contratos de futebol. A sua gestão também foi marcada por uma crise de imagem e pela continuidade dos escândalos dentro da CBF, o que levou à sua saída da presidência.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Rogério Caboclo: acusações de assédio moral e sexual
A CBF passou a ser comandada por Rogério Caboclo em 2019, mas seu mandato foi interrompido por sérias denúncias de assédio moral e sexual. Uma funcionária da CBF denunciou Caboclo por fazer comentários sexistas, realizar pressões psicológicas constantes e por um comportamento considerado inapropriado no ambiente de trabalho. Em 2021, ele foi afastado de sua função, encerrando um mandato que se mostrava promissor, mas que acabou marcado pela crise interna.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Ednaldo Rodrigues: o mais recente afastamento
Em 2023, Ednaldo Rodrigues, que assumiu a presidência da CBF em 2021, se tornou o mais recente presidente afastado da confederação. A decisão foi tomada após o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro apontar a falsificação da assinatura do vice-presidente Coronel Nunes em um documento que validava a eleição de Ednaldo. Caso a falsificação seja confirmada, sua eleição será invalidada, e a crise na CBF se agrava ainda mais. Como resultado, Fernando Sarney foi nomeado interventor pela Justiça e deverá convocar novas eleições.

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
A sucessão de crises e a instabilidade da CBF
Nos últimos anos, a Confederação Brasileira de Futebol tem sido marcada por uma sucessão de crises e afastamentos de presidentes. A CBF tem enfrentado um histórico de falhas de governança, o que prejudica sua imagem tanto no Brasil quanto internacionalmente. A instabilidade política e as acusações de corrupção, assédio e falsificação de documentos mostram que a CBF precisa de uma mudança profunda em sua estrutura para restaurar sua credibilidade.