O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) revelou quem é o magistrado responsável pelo carro oficial flagrado com torcedor no estádio Morumbis, momentos antes da partida que terminaria em empate de 2 a 2 entre São Paulo e Alianza Lima, do Peru, pela Copa Libertadores da América, no dia 10 de abril, uma quinta-feira. Trata-se do desembargador Ênio Santarelli Zuliani.
Anteriormente, o TJSP havia informado que “os expedientes administrativos, por sua natureza, tramitam sob sigilo”, por isso, o nome do desembargador não havia sido divulgado.
O tribunal abriu uma apuração disciplinar nessa quarta (14/5) para apurar o episódio, já que o carro oficial só poderia estar em uso durante o serviço do magistrado. Nesse caso, os ocupantes não poderiam estar vestindo camisetas de clube de futebol, como ocorreu na ocasião.
O veículo é destinado somente a desembargadores da Corte e juízes substitutos de segundo grau.
Relembre o caso
- O carro designado a Ênio, com a placa TJ-081, foi flagrado pela reportagem às 20h36 da última quinta-feira, no fim da Avenida Jorge João Saad, em frente ao Estádio do Morumbi, na zona oeste de São Paulo.
- O carro percorria lentamente o caminho rumo ao estádio, à medida que torcedores são-paulinos abriam espaço.
- Alguns gritavam: “Ó o juiz! Ó o juiz [sic]!”, reconhecendo a placa preta do TJSP na frente do veículo.
- Nos bancos da frente, havia um motorista e, ao seu lado, um senhor com o uniforme 1 do clube, branco, com listras transversais vermelha e preta. O torcedor não foi identificado pela reportagem.
O que diz o TJSP
Em nota nessa segunda (12/5), o tribunal disse que “o uso dos carros oficiais é disciplinado por portarias do TJSP e é autorizado a desembargadores, juízes substitutos em 2º grau e outras autoridades especificadas nos deslocamentos de ida e volta da residência ao gabinete de trabalho ou às sessões de julgamento, atendimento das convocações da presidência e, havendo necessidade justificada, utilização em outras situações, sempre atendido o interesse público”.
“Eventual uso fora dessas hipóteses, se confirmado, será apurado pelas vias administrativas próprias”, afirmou o TJSP.
O Metrópoles procurou o tribunal novamente para questionar se o desembargador quer se manifestar sobre o caso. Consultado, o desembargador não pretende se manifestar.