Apontado como um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, teria apresentado um documento de identidade falso para tentar escapar da prisão na Bolívia nessa sexta-feira (17/5). Conforme noticiado pelo Metrópoles, o criminoso foi detido em Santa Cruz de La Sierra em um ação conjunta entre a Polícia Federal e autoridades bolivianas.
Mesmo após colherem suas impressões digitais, Tuta teria insistido em dizer que seria uma outra pessoa. Ele foi preso por uso de documento falso e deve ser extraditado nos próximos dias.
Em fotografia tirada no momento prisão, Tuta aparece usando uma camisa rosa de mangas curtas e com gel no cabelo.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público de São Paulo (MPSP) estavam em busca do líder do PCC desde que ele escapou da Operação Sharks, em setembro de 2020, após pagar R$ 5 milhões em propina a policiais do setor de inteligência da Rota em troca de informações privilegiadas, como noticiou o Metrópoles em janeiro.
Sem pistas sobre seu paradeiro, o MPSP chegou a aventar a hipótese de que ele teria sido morto pelo tribunal do crime da do PCC após ordenar a morte de um membro sem autorização da cúpula. No entanto, seu corpo nunca foi encontrado.
Na verdade, a história da morte de Tuta foi plantada pela facção para despistar as investigações. Enquanto isso, o criminoso continuava liderando as atividades do grupo diretamente da Bolívia.
Com Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, isolado no sistema carcerário federal, ele chegou a ser apontado como o substituto imediato do líder máximo do PCC, como o preso é identificado pela Justiça.
Condenado por lavar R$ 1 bi do PCC
Ausente em seu julgamento, Tuta foi condenado a 12 anos de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro em 27 de fevereiro do ano passado. Ele é acusado de lavar R$ 1 bilhão para o PCC.
Ele foi denunciado pelo MPSP em setembro de 2020 após a deflagração da primeira fase da Operação Sharks.
A ação é resultado de investigações do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), iniciadas em 2018 com a prisão de Robson Sampaio de Lima, o Tubarão, condenado a 16 anos e 11 meses pelos mesmos crimes de Tuta.
Fuga da Sharks
- Em 2020, Tuta era um dos principais alvos dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, que investigavam as movimentações financeiras da cúpula do PCC.
- A Rota ficou encarregada de cumprir vários mandados de prisão expedidos no âmbito da operação, entre eles o de Tuta. Para a surpresa dos promotores, no entanto, o chefão do PCC não foi localizado no endereço previsto.
- Inicialmente, houve a suspeita de que alguém do prédio do criminoso poderia ter vazado a informação. Mais tarde, os promotores tiveram acesso a um áudio em que o próprio Tuta conversava com um outro criminoso e dizia: “O pessoal da R [suposta referência à Rota] salvou minha vida na Sharks”.
- Os policiais da Rota envolvidos no esquema integrariam o setor de Inteligência do batalhão e eram responsáveis pelo chamado “trabalho velado”