Foragido da Justiça brasileira desde 2020, Marcos Roberto de Almeida (foto em destaque), conhecido como Tuta, foi preso nessa sexta-feira (16/5) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Apontado como um dos principais articuladores do braço financeiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele foi detido após se apresentar espontaneamente a uma unidade policial boliviana utilizando um documento falso em nome de “Maicon da Silva”.
A tentativa de enganar as autoridades não durou muito. A falsidade do documento foi identificada ainda no posto policial, o que levou ao acionamento da Interpol e do oficial de ligação da Polícia Federal do Brasil em Santa Cruz de la Sierra. Com a identidade verdadeira confirmada, Marcos Roberto foi preso por agentes da Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen (FELCC), força de elite da polícia boliviana.
Tuta era procurado internacionalmente e constava na Lista de Difusão Vermelha da Interpol. No Brasil, foi condenado a mais de 12 anos de prisão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. De acordo com investigações do Ministério Público de São Paulo, ele teria movimentado cerca de R$ 1 bilhão em nome da facção. Conforme o Metrópoles revelou, ele também é acusado de ter subornado policiais da Rota com R$ 5 milhões para evitar sua prisão durante a Operação Sharks, deflagrada em 2020.
A prisão foi resultado de uma ação coordenada entre a Polícia Federal, a Interpol e as autoridades bolivianas. Agora, o caso segue para análise judicial. Uma audiência está marcada para este domingo (19/5), quando a Justiça boliviana decidirá se Tuta será imediatamente expulso do país ou se responderá criminalmente por uso de documento falso em território boliviano.
Caso seja expulso, o retorno ao Brasil poderá ocorrer em poucas horas, dependendo apenas de ajustes logísticos entre os países. Se houver a necessidade de um processo formal de extradição, o trâmite pode se estender, já que dependerá da tramitação judicial na Bolívia.
Até o momento, Tuta permanece sob custódia da FELCC, e o governo brasileiro acompanha o caso por meio de suas representações diplomáticas e da cooperação policial internacional.