Rio de Janeiro – A paciência dos moradores da Barra da Tijuca acabou. A Câmara Municipal do Rio resolveu agir após a aparição de uma enorme mancha escura no mar, bem em frente à Praia do Pepê, e convocou uma audiência pública para investigar o que está por trás do novo desastre ambiental da cidade.
Organizado pela Frente Parlamentar de Defesa do Saneamento, o encontro deve ocorrer ainda neste mês e promete reunir técnicos, especialistas, autoridades ambientais e representantes da Iguá, concessionária responsável pelas lagoas da região. O objetivo: entender se o esgoto está voltando a dar o tom das águas cariocas.
Vereadores pressionam e querem respostas
“O que causou a mancha? Esgoto mal tratado? Falta de dragagem? Ou é mais um sintoma de um sistema ambiental em colapso?”, questiona o presidente da Câmara, Carlo Caiado (PSD), que também é autor de um projeto antigo para transformar a área do Complexo Lagunar do Camorim em parque municipal.
A mancha, densa e escura, se formou na foz do Canal da Joatinga e se espalhou em direção ao mar, assustando banhistas e moradores. O biólogo Mário Moscatelli, que há décadas denuncia o abandono da região, foi direto: “O esgoto está voltando. Nada disso é novo.”
Embalagens de 1994 e silêncio da Prefeitura
A concessionária Iguá alega estar investigando e mantém a promessa de concluir a dragagem do sistema lagunar até 2027. Mas enquanto isso, o acúmulo de lixo, como a embalagem plástica de 1994 encontrada por Moscatelli, segue sendo símbolo do descaso.
O vereador Fernando Armelau (PL) foi além: protocolou requerimento com 15 perguntas à Secretaria Municipal de Ambiente e Clima, comandada pela licenciada vereadora Thainá de Paula (PT), cobrando transparência sobre fiscalização, plano de gestão e a atuação da Iguá na área.
O que está em jogo
- A saúde das lagoas da Barra e Jacarepaguá
- A relação entre poder público e concessionária
- A qualidade da água na Zona Oeste
- A credibilidade da política ambiental carioca
Saneamento básico não é luxo — é um direito. E quando ele falha, como agora, o resultado é visível, fétido e perigoso. Enquanto a Iguá promete, a cidade afunda.
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