Sporting conquista bicampeonato português após 71 anos

Lisboa – O Sporting entrou em campo neste sábado, 17 de maio de 2025, com o peso da história nas costas – e saiu dele como bicampeão nacional, algo que o clube não conseguia desde 1954. A vitória por 2 a 0 sobre o Vitória SC, no José Alvalade, não apenas garantiu o 21º título da equipe verde-e-branca como selou uma jornada marcada por mudanças de comando e uma promessa feita com cerveja na mão e convicção nos olhos.

Rúben Amorim, técnico que iniciou a temporada antes de seguir para a Inglaterra, tinha avisado em 2024, após a conquista anterior: “Queremos ser bicampeões”. O tom parecia ousado – e era. Afinal, ninguém no Sporting via isso acontecer há 71 anos. Mas a profecia se cumpriu.

Enquanto isso, o Benfica, que chegou à última rodada empatado em pontos com os leões, tropeçou diante do SC Braga e ficou com o vice. O FC Porto completou o pódio com uma vitória sobre o Nacional (3 a 0), garantindo vaga direta na Europa League. Já o Braga, quarto colocado, vai disputar a fase de qualificação.


Rui Borges assume e termina invicto

A temporada leonina foi quase um estudo de caso sobre instabilidade bem administrada. Amorim saiu cedo. João Pereira assumiu e durou pouco: perdeu o vestiário, acumulou maus resultados e caiu no Natal. O presidente Frederico Varandas, rápido no gatilho, apostou em Rui Borges, que devolveu consistência ao elenco e encerrou o campeonato sem derrotas.

Com gols de Pedro Gonçalves (Pote) e Gyökeres, o Sporting controlou o jogo e confirmou o título em casa, diante de um Alvalade que, desta vez, pôde vibrar com o estádio cheio – ao contrário do que diziam os críticos em 2021, quando o clube foi campeão sem público.


“E se corre bem?”

Lá atrás, em 2020, na sua chegada ao clube, Rúben Amorim lançou a pergunta que hoje virou resposta:

“As pessoas perguntam: e se corre mal? Mas eu faço a pergunta contrária: e se corre bem?”

Cinco anos depois, ele é o técnico mais vitorioso da história do clube, responsável por inaugurar uma nova era em Alvalade. A aposta milionária de 10 milhões de euros feita por Varandas ao tirá-lo do Braga em 2020 parece, hoje, uma pechincha.

O projeto sobreviveu à saída do técnico. Mais do que um treinador, Amorim implantou uma cultura, algo raro no futebol português – e é por isso que o Sporting não apenas venceu, mas convenceu.



Queda dos gigantes e bilhetes europeus

  • SC Braga e Santa Clara também garantiram vagas nas competições europeias. Os açorianos, aliás, surpreenderam ao conquistar o 5º lugar e uma vaga na Conference League.
  • Já os despromovidos da vez foram Boavista e Farense, que caem para a segunda divisão.
  • O AVS, antepenúltimo, disputará o playoff de permanência contra o Vizela.

Mais que um título, uma resposta

O bicampeonato do Sporting não é apenas um título. É uma resposta. A quem dizia que o clube só vence sem torcida, que o sucesso era acidental, que o futebol romântico morreu. É também um lembrete de que, mesmo em tempos de mercantilização total do futebol, ainda há espaço para projetos sólidos, trabalho de base e ousadia bem planejada.

Na dúvida, vale lembrar de novo:

“E se corre bem?”

O post Sporting conquista bicampeonato português após 71 anos apareceu primeiro em Diário Carioca.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.