Luiz Inácio Lula da Silva voltou de Pequim com um presentão no bolso: R$ 27 bilhões em investimentos chineses que vão turbinar a economia brasileira em setores estratégicos como energia, tecnologia e logística.
Enquanto isso, viúvos da subordinação a Washington disfarçam o incômodo com análises frias sobre “diversificação de parcerias”.
Os aportes anunciados durante o Seminário Empresarial China-Brasil, em 12 de maio, envolvem empresas gigantes como GWM, Meituan, Envision e CGN, e devem gerar dezenas de milhares de empregos diretos e indiretos.
A cereja do bolo? O primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina e um megahub de energia renovável no Piauí.
Investimentos que quebram paradigmas
Não é pouca coisa:
- R$ 6 bilhões da GWM para expandir a produção de veículos no Brasil e exportar para o continente.
- R$ 5 bilhões da Meituan, prometendo 100 mil empregos indiretos no delivery.
- R$ 5 bilhões da Envision para montar um parque industrial verde.
- R$ 3 bilhões da CGN no setor de energia renovável.
- E bilhões em setores como saúde, bebidas, mineração e tecnologia, de Alagoas ao Distrito Federal.
A China não está só comprando soja, está plantando raízes em setores que moldarão o futuro. E isso incomoda quem lucrou décadas com a dependência colonial do Brasil à agenda norte-americana.
Especialistas tentam relativizar avanço chinês
Entre elogios cautelosos e alertas diplomáticos, especialistas da ESPM, PUC-SP e Unicamp reconhecem os méritos dos acordos, mas fazem coro com o discurso de que o Brasil “não pode depender demais” da China.
Roberto Uebel, da ESPM, alerta que “é preciso diversificar as parcerias” para não incomodar os Estados Unidos, enquanto Cristina Helena Mello (PUC-SP) sugere que Donald Trump estaria “de olho” no Brasil — como se isso ainda fosse uma vantagem.
Brasil precisa parar de vender só matéria-prima
A crítica mais lúcida veio da própria Mello, ao admitir que o país exporta basicamente commodities para a China e não consegue emplacar manufaturados.
Isso escancara o desafio de décadas: sem logística eficiente, inovação e industrialização de verdade, o Brasil segue no papel de fazenda exportadora.
Vedovato, da Unicamp, acerta ao defender que o país “se irrigue comercialmente” para ganhar resiliência. Mas a pergunta que fica é: por que a elite insiste em tratar os EUA como tutor natural e a China como ameaça?
Uma nova lógica global está em curso
Com Trump, guerra tarifária, fake news e autoritarismo rondando os EUA, o mundo está se reorganizando. E o Brasil, sob Lula, está deixando de lado o papel de coadjuvante obediente para virar protagonista de múltiplas alianças. Isso incomoda? Ótimo.
A diversificação comercial precisa incluir Índia, Sudeste Asiático, União Europeia e Mercosul — como Lula tem buscado. Mas se a China quer investir pesado no Brasil, cabe a nós negociar com inteligência, não com servilismo.
Com informações da ABr
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