Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira, 20 de maio, a denúncia contra o chamado “núcleo de ações táticas” da tentativa de golpe bolsonarista.
A decisão pode dobrar o número de militares réus no processo, passando de 12 para 23 envolvidos. O grupo é acusado de tramar a resistência à posse de Lula (PT) com apoio logístico e articulação nas casernas.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o núcleo – integrado por Wladimir Matos Soares e 11 militares do Exército, incluindo os chamados “kids pretos” – planejou ações para monitorar e neutralizar autoridades públicas, além de pressionar o Alto Comando do Exército a embarcar na aventura golpista.
Pressão explícita e palavrões de caserna
A PGR detalha que os investigados atuaram com cartas, articulações e influenciadores digitais para pressionar o comandante do Exército e angariar apoio entre generais. Tudo para manter Jair Bolsonaro no poder, atropelando a legalidade e as urnas.
Em mensagens analisadas pela Polícia Federal (PF), Soares xinga generais como Hamilton Mourão e Valério Stumpf Trindade, chamando-os de “filhos da puta” por se recusarem a apoiar a intentona.
Tentativa de golpe articulada
Os documentos foram enviados ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, na véspera do julgamento, aumentando a tensão entre os investigados.
Entre os denunciados, chama atenção o nome do general Nilton Diniz Rodrigues, apontado pela PGR como peça-chave em reuniões que traçaram estratégias de pressão sobre a cúpula militar. A defesa de Rodrigues diz confiar na Justiça e sustenta a inocência do general, usando inclusive as declarações do colaborador Mauro Cid.
Já a defesa de Wladimir Matos Soares ainda não se pronunciou.
O que está em jogo
- Com a nova denúncia, o número de réus militares pode saltar de 12 para 23.
- A acusação inclui planejamento de golpe, tentativa de cooptação de generais e campanhas de desinformação.
- O STF decide se abre nova frente de ação penal contra os militares bolsonaristas.
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