Benefício do governo supera Bolsa Família e paga mais que R$ 600

Brasília – O Benefício de Prestação Continuada (BPC) vem tomando um espaço cada vez maior no orçamento social do governo federal, ultrapassando o Bolsa Família em 1.167 municípios, incluindo capitais importantes como Recife, Campo Grande, Curitiba, Goiânia e Belo Horizonte. Enquanto o Bolsa Família mantém o valor fixo de R$ 600 mensais, o BPC garante o pagamento integral de um salário mínimo, hoje na casa dos R$ 1.518.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social compilados pela CNN Brasil, o crescimento do BPC não é obra do acaso. A partir de meados de 2022, durante o governo Bolsonaro, o programa já ganhava força, mas foi com a gestão Lula que o benefício explodiu em números e alcance.

BPC cresce e muda o jogo da assistência social

Ao contrário do Bolsa Família, que tem critérios de renda e condicionalidades, o BPC é administrado pelo INSS e não exige contribuições prévias. Ele garante um salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, oferecendo um alívio financeiro maior para essas populações.

  • Em 2023, o número de municípios onde o BPC superava o Bolsa Família era bem menor.
  • Em apenas dois anos, esse número dobrou, refletindo não só a expansão do programa, mas também a crescente necessidade social no país.
  • Capitais brasileiras já lideram esse ranking, mostrando uma mudança no perfil da pobreza urbana.

Por que o BPC está crescendo enquanto o Bolsa Família mantém valores estagnados?

A resposta passa pela revisão das regras previdenciárias e econômicas implementadas nos últimos anos, que alteraram quem pode receber o BPC e em que condições. Com o Bolsa Família congelado em valores baixos e sujeito a cortes, o BPC vem ganhando protagonismo como política pública.

Além disso, o benefício não vem acompanhado de condicionalidades que restringem seu acesso, como o Bolsa Família, que condiciona o repasse ao cumprimento de compromissos sociais — um ponto que gera debates sobre efetividade e justiça social.

O que isso significa para as políticas sociais brasileiras?

O crescimento do BPC mostra uma mudança no olhar do Estado sobre a assistência social, priorizando grupos historicamente negligenciados, como idosos e pessoas com deficiência. No entanto, o desafio maior é garantir que esses programas não sejam usados como moeda eleitoral ou sofram interferências políticas, algo que Bolsonaro tentou com o Bolsa Família e que tem gerado críticas duras.

Para quem acompanha as notícias do país, fica claro que a disputa não é só por recursos, mas pelo modelo de Estado que queremos construir: um que proteja os mais vulneráveis ou que continue a invisibilizar suas necessidades.

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