Joinville propõe novo modelo para pessoas em situação de rua inspirado em cidade de SC 

Joinville propõe novo modelo para pessoas em situação de rua inspirado em Chapecó

Joinville propõe novo modelo para pessoas em situação de rua inspirado em Chapecó – Foto: Divulgação/CVJ/ND

A Comissão Especial sobre Pessoas em Situação de Rua da Câmara de Vereadores Joinville aprovou, nesta terça-feira (20), o relatório final que propõe a adoção de um modelo integrado de atendimento inspirado no programa “Mão Amiga”, de Chapecó.

A proposta surge como resposta ao crescimento da população em situação de rua em Joinville, que já registra 963 pessoas no CadÚnico. O aumento acompanha uma tendência estadual, pois entre 2016 e 2023 o número de pessoas em situação de rua em Santa Catarina saltou de 1.174 para 8.824.

 

Modelo inspirado em Chapecó

Elaborado pelo relator Mateus Batista (União Brasil), o relatório recomenda a implementação de ações combinadas, como internações assistidas voluntárias e involuntárias, acolhimento em comunidades terapêuticas e reinserção profissional por meio de frentes de trabalho e cursos de capacitação.

O modelo já reduziu em 88% a população em situação de rua em Chapecó, caindo de 416 para 48 pessoas em quatro anos.

Vereador Mateus Batista (União Brasil), relator da comissão especial – Foto: Divulgação/CVJ/ND

O documento de mais de 200 páginas é resultado de três meses de trabalho, que envolveu audiências públicas, visitas técnicas e reuniões com entidades e gestores públicos.

Segundo os vereadores, Joinville já possui boa parte da estrutura prevista nas políticas nacionais, como abrigos, restaurante popular e Centro POP, mas ainda carece de efetividade nas ações.

Monitoramento e avaliação

O relatório destaca que a experiência de Chapecó oferece um caminho mais efetivo do que o modelo federal. Por isso, os vereadores recomendam que a prefeitura ignore as diretrizes nacionais e implemente, em caráter piloto, um novo fluxo de atendimento intersetorial com monitoramento rigoroso e indicadores semestrais para medir impacto e reinserção dos beneficiários.

Além disso, o grupo defende a articulação de uma frente nacional entre municípios, estados e o governo federal para viabilizar a ampliação de programas semelhantes.

Entre as propostas estão a criação de consórcios intermunicipais, financiamento de pesquisas e compartilhamento de infraestrutura, como abrigos e unidades especializadas de tratamento.

Relatório final apresentado pelos Membros da Comissão Especial – Foto: Divulgação/CVJ/ND

O presidente da comissão, Pastor Ascendino Batista (PSD), cobrou que o Executivo municipal leve adiante as recomendações. O relatório será entregue à prefeitura, à Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), ao governo do estado e a ministérios federais. A proposta ainda será discutida e votada em plenário.

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