Brasília – Na madrugada desta quarta-feira (21/5), a Prefeitura do Rio de Janeiro realizou uma nova operação de ordenamento urbano na Zona Norte, concentrando esforços no entorno da estação de metrô de Coelho Neto.
A ação, conduzida pela Secretaria de Ordem Pública (Seop) e pela Subprefeitura da Zona Norte, recolheu cerca de 20 toneladas de materiais largados irregularmente em área pública.
Foram removidas estantes, carrinhos, armários, além de barras de ferro, lonas, madeira e até um forno, tudo em péssimo estado.
Esses itens estavam obstruindo o trânsito de pedestres em calçadas e passarelas, formando verdadeiros obstáculos urbanos em uma das regiões mais movimentadas da cidade.
Prefeitura intensifica fiscalização em áreas de comércio popular
A operação não é pontual: segundo o secretário Brenno Carnevale, ações semelhantes já ocorreram em Bangu, Campo Grande, Jacarepaguá e devem continuar. A justificativa oficial? “Ambiente mais livre, organizado e seguro”. Mas, por trás da promessa de ordem, a medida expõe a face crônica da desorganização urbana carioca — quase sempre combatida com repressão e não com políticas sociais duradouras.
Além do entulho, a operação identificou ligações clandestinas de energia. Foram 40 cortes de “gatos” e 300 metros de fiação apreendidos. Um número alto, que aponta tanto para o risco quanto para o abandono — e evidencia o improviso com que parte da população precisa lidar diariamente para ter acesso ao básico.
Poder público atua, mas solução estrutural ainda não chegou
O subprefeito Douglas Araújo afirmou que “o ordenamento urbano é fundamental para termos uma cidade melhor para todos os cariocas”. A frase é certeira, mas incompleta: sem investimento contínuo em habitação, comércio de rua, economia popular e infraestrutura nos bairros mais pobres, a cidade continuará travada entre operações esporádicas e soluções improvisadas.
A força-tarefa envolveu também agentes da Guarda Municipal, Light, RioLuz, Águas do Rio, Comlurb e Polícia Militar. Um verdadeiro mutirão de poder público — que, ao menos por algumas horas, colocou Coelho Neto no mapa da atuação estatal. Resta saber por quanto tempo a presença será mantida.