Brasil é usado como “fábrica de espiões” russa, diz New York Times

O Brasil vem sendo usado como local de treinamento e construção da identidades falsas por espiões russos como forma de viabilizar a realização de serviços de espionagem mais avançados em outros países e regiões, como Estados Unidos, Europa e Oriente Médio, segundo revelou reportagem do jornal norte-americano The New York Times (NYT).

Segundo o NYT, a Polícia Federal brasileira estava atenta aos espiões e montou a Operação Leste para tentar desmantelar o esquema. O jornal mostrou que os espiões chegavam ao Brasil e buscavam uma nova identidade para construir uma vida normal e impossível de ser reconhecida.

A matéria cita o caso de Artem Shmyrev, que tinha uma empresa de impressão 3D e dividia um apartamento de luxo com a namorada no Rio de Janeiro. Ele tinha um nome brasileiro — Gerhard Daniel Campos Wittich — e se apresentava como um cidadão de 34 anos.

O jornal aponta que a investigação da PF desferiu um golpe devastador no programa de imigração ilegal de Moscou, pois eliminou um quadro de policiais russos altamente treinados que será difícil de substituir.

Até agora, os investigadores localizaram nove policiais russos com identidade brasileira. Desses, dois foram presos, alguns retornaram para a Rússia e outros, já descobertos, podem não conseguir mais deixar o país nem atuar no exterior. Seis nomes foram identificados publicamente até agora. A investigação teve envolvimento de pelo menos oito países, segundo o NYT.

A mesma unidade de agentes de contrainteligência da Polícia Federal que fizeram o monitoramento dos espiões russos foram responsáveis pela investigação da tentativa de golpe que o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados respondem no Supremo Tribunal Federal, aponta o jornal.

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