Pesquisa: 50% dos alunos de escolas públicas do DF sofreram bullying

Metade dos alunos matriculados no ensino médio da rede pública de educação do Distrito Federal já sofreu algum tipo de bullying.

Os dados fazem parte da pesquisa Bullying no ambiente escolar do Distrito Federal: percepções e implicações práticas, lançada nesta quarta-feira (21/5) pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF).

Ao todo, 904 alunos de 34 escolas e de 13 regionais de ensino do Distrito Federal participaram da amostra.

Os dados mostram um panorama inédito sobre a violência nas escolas públicas do DF, com foco em preconceito, discriminação e suas consequências. Acesse o material da pesquisa aqui.

Entre os adolescentes, mais de 50% experienciaram situações de violência pelo menos uma vez por mês.

“Um outro dado extremamente relevante é que 57% das vítimas de bullying conseguiram identificar pelo menos um preconceito associado a essas situações de violência. Entre eles, a homofobia, o racismo, a misoginia, o capacitismo, e preconceito associado à aparência física do corpo”, explicou a coordenadora da pesquisa, Larissa Martins.

“Outro dado é que 38% dos estudantes vítimas afirmam que faltaram pelo menos um dia de aula por conta dessas situações”, acrescentou.

O estudo analisou as diversas formas de violência presentes no ambiente escolar, com ênfase em LGBTI+fobia, misoginia, racismo e capacitismo.

Professores e gestores

Do ponto de vista dos educadores entrevistados, 76,4% dos professores e 91,7% dos gestores já enfrentaram casos de bullying em suas escolas.

A iniciativa busca compreender as causas e os impactos dessas práticas, bem como apontar caminhos para enfrentá-las de forma eficaz.

Os perpetradores de violência no ambiente escolar são predominantemente do sexo masculino (54,1%), enquanto 45,9% são do sexo feminino.

A maioria se identifica como heterossexual (74,6%), e 25,1% pertencem ao grupo não heterossexual. No que diz respeito à identidade de gênero, 83,9% dos perpetradores são cisgêneros, enquanto 10% são não cisgêneros.

Quanto à religião, 64,7% pertencem a religiões cristãs, enquanto 35,2% seguem outras religiões. Por fim, 69,6% dos perpetradores pertencem ao grupo de pessoas não brancas, enquanto 30,4% são brancas.

A pesquisa surge como uma resposta à urgente necessidade de consolidar dados sobre o bullying nas escolas e oferecer subsídios para a construção de políticas públicas mais eficazes voltadas à proteção da comunidade escolar.

“A partir dos questionários aplicados e com as respostas dos alunos, professores e gestores escolares, fica mais fácil para a gente agir e trazer soluções práticas para determinado fenômeno”, destacou a diretora de estudos e políticas sociais do IPEDF, Marcela Machado.

O evento de lançamento contou com a apresentação dos principais resultados do estudo, além de promover um debate com especialistas e gestores da área da educação.

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