O governo de Luiz Inácio Lula da Silva condenou a recente ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, e “deplorou” as falas do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, sobre tomar o controle do enclave palestino. A declaração foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, nesta quarta-feira (21/5).
“Ao deplorar a declaração do primeiro-ministro de Israel de que o país “assumirá o controle” de toda a Faixa de Gaza, o Brasil recorda que qualquer pretensão de exercer autoridade permanente em território ocupado é incompatível com as normas de direito internacional”, disse a diplomacia brasileira.
Além disso, o governo brasileiro disse que bloqueios na Faixa de Gaza e a intenção israelense de permitir o “ingresso mínimo de alimentos” podem desencadear no uso da fome como método que “constitui crime de guerra”.
Por isso, o Brasil pediu que Israel permita o acesso irrestrito de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. E acrescentou, na nota, que o governo Lula apela por um fim permanente da guerra no enclave palestino, e a libertação dos reféns que ainda estão nas mãos do Hamas.
“Carnificina” e repatriação de brasileiros
Um dia antes do posicionamento do Itamaraty, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, já havia comentado sobre a guerra na Faixa de Gaza, a qual classificou como uma “carnificina”.
Durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, o chanceler brasileiro disse que o número de crianças palestinas mortas é alto, algo que o mundo não pode “ver de braços cruzados”.
Na oitiva, solicitada para prestar esclarecimentos sobre o asilo à ex-primeira-dama do Peru Nadina Heredia, o ministro ainda revelou os planos do Brasil para resgatar um grupo de brasileiros que ainda estava em Gaza. Medida anunciada horas depois pelo Itamaraty.