A economia da Argentina registrou um crescimento de 5,6% em março deste ano, de acordo com dados oficiais divulgados nessa quarta-feira (21/5), na base de comparação anual.
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro mês de 2025 ficou abaixo das estimativas do mercado. A média das projeções indicava uma alta de 6,4%.
Em relação a fevereiro de 2025, o PIB argentino teve uma queda de 1,8%.
Acordo com FMI
Em franca recuperação econômica sob o governo do presidente ultraliberal Javier Milei, eleito em dezembro de 2023, a Argentina fechou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que prevê um empréstimo de US$ 20 bilhões.
O Banco Mundial também anunciou a liberação de um pacote de US$ 12 bilhões para o país.
De acordo com a instituição financeira, o aporte visa a contribuir com as reformas econômicas implementadas pelo governo argentino, além de impulsionar a geração de empregos no país.
Segundo a instituição, o pacote representa “um forte voto de confiança nos esforços do governo para estabilizar e modernizar a economia”.
Em tese, o governo argentino poderá utilizar os novos recursos para quitar dívidas do Tesouro junto ao Banco Central, buscando reduzir o endividamento e dar mais previsibilidade ao mercado financeiro.
“Quebramos o último elo da corrente que nos mantinha presos. Eliminamos o controle cambial para sempre”, afirmou Milei em vídeo gravado diretamente da Casa Rosada.
O governo argentino também anunciou o fim das restrições para a compra de dólares por pessoas físicas – o chamado controle cambial. Assim, depois de 6 anos de vigência dessa política (estabelecida ainda no governo do ex-presidente Mauricio Macri, em 2019), os argentinos não precisam mais seguir o limite de US$ 200 para compra de divisas no mercado oficial de câmbio.
Desde o dia 14 de abril, é possível comprar dólares sem restrições ou limites no mercado oficial. A cobrança de imposto sobre essas operações também foi eliminada – ela continua valendo apenas para turismo e gastos com cartão no exterior.
“Esse programa, entre FMI, Banco Mundial, BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] e Banco Central totaliza US$ 32 bilhões, dos quais US$ 19,6 bilhões serão liberados de forma imediata. Assim, em maio as reservas brutas do Banco Central, estarão em torno de US$ 50 bilhões”, afirmou Milei.
Em abril, economistas consultados pelo Banco Central da Argentina projetaram que a economia do país deve fechar este ano com um crescimento de 5,1%.