O bitcoin voltou a bater seu recorde histórico nesta quinta-feira (22/5), superando pela primeira vez a marca dos US$ 111 mil (o equivalente a R$ 626,7 mil, pela cotação atual).
O que aconteceu
- A principal moeda virtual do mundo chegou a registrar valorização de 3,3%, sendo cotada a US$ 111.878, nova máxima histórica.
- Por volta das 7h15 (pelo horário de Brasília), o bitcoin era negociado pouco abaixo de US$ 111 mil.
- O ether, segunda maior criptomoeda do mercado, também teve forte alta nesta manhã, avançando 7,3%.
- Na véspera, o bitcoin superou a marca de US$ 109 mil, batendo seu recorde até então.
O que explica a disparada
O resultado da criptomoeda é explicado por uma série de fatores, entre os quais o fluxo recorde em ETF (Exchange Traded Fund).
O ETF é um fundo de investimento cujo objetivo é replicar o desempenho de um índice de referência – como o Ibovespa (da Bolsa brasileira) ou o S&P 500, por exemplo. Ao investir em um ETF, o investidor conta com uma carteira diversificada em ativos sem precisar comprar cada um individualmente.
Na última segunda-feira (19/5), os ETFs à vista de bitcoin negociados nos Estados Unidos tiveram uma entrada líquida de US$ 667 milhões, de acordo com dados da SoSoValue.
Apenas no mês de maio, eles totalizam US$ 3,3 bilhões – o que tem impulsionado a trajetória de alta da moeda virtual.
Além disso, os investidores reagiram com otimismo à aprovação, pela Câmara dos Representantes dos EUA, de um projeto apresentado pelo governo do presidente Donald Trump com um pacote de medidas de corte de impostos e gastos, uma das bandeiras da atual administração.
O texto foi aprovado em uma votação muito apertada, com 215 votos favoráveis e 214 contrários. Após a aprovação pelos deputados, a proposta agora será encaminhada ao Senado.
Na última terça-feira (20/5), Trump havia afirmado que poderia ocorrer um aumento significativo de impostos no país caso o projeto tributário apresentado por seu governo não fosse aprovado pelo Legislativo.
A proposta da Casa Branca prorroga os cortes de impostos implementados por Trump em seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, reduz os impostos sobre a renda de horas extras, aumenta gastos com defesa e fornece mais fundos para a política de controle das fronteiras.
Críticos ao projeto, inclusive dentro do Partido Republicano, defendem que o governo banque cortes maiores no programa de saúde Medicaid para norte-americanos de baixa renda e revogue completamente os chamados “créditos fiscais verdes”, instituídos pelos democratas.
Na última sexta-feira (16/5), quatro parlamentares do Partido Republicano, de Trump, haviam bloqueado a tramitação do projeto na Comissão de Orçamento da Câmara dos Representantes. Após negociarem com o governo, eles permitiram que a proposta avançasse.
Criptomoedas
As criptomoedas, em geral, são consideradas ativos de maior risco do que investimentos em renda fixa, o que oferece oportunidade de maior retorno.
Projeções apontam que parte dos investidores destinam algo entre 1% e 10% de seu patrimônio para esses ativos de maior risco. Quando a perspectiva é de inflação menor e juros mais baixos nos EUA, os criptoativos se tornam mais atraentes. Afinal, juros mais baixos diminuem a rentabilidade da renda fixa, o que anima os investidores a serem mais arrojados. Quando ocorre o contrário, elas se tornam menos atrativas.