Preso em operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na manhã dessa quarta-feira (21/5), o contador Gilmar Carvalho Moraes, investigado por atuar em um grupo criminoso especializado em aplicar fraudes por meio de empresas fantasmas, trabalhou para Carlos Ramos, o empresário conhecido como Carlinhos Cachoeira, apontado como responsável pela exploração do jogo do bicho e das máquinas caça-níqueis em Goiás.
Segundo a PCDF, Gilmar Moraes utilizava seus conhecimentos como contador para identificar empresas com potencial para ser fraudada. O grupo criminoso então fraudava quadros societários de empresas — muitas vezes com atividades já encerradas — substituindo os nomes dos sócios reais por terceiros desconhecidos, com o objetivo de aplicar golpes por meio da compra de produtos e mercadorias ou da contratação de empréstimos, que jamais eram quitados.
Investigações da polícia apontam que o contador promovia alterações nos registros da Junta Comercial do Distrito Federal utilizando procurações falsas, sem o conhecimento ou consentimento dos verdadeiros sócios.
Após a alteração societária e a instalação de um ponto comercial para dar aparência de legitimidade à empresa, Gilmar realizava compras em nome da pessoa jurídica, aproveitando-se da reputação de crédito da empresa.
Os produtos, no entanto, não eram pagos, gerando dívidas em aberto. Em seguida, o ponto comercial era abandonado.
A coluna apurou que Gilmar Moraes já atuou como contador do empresário e criminoso Carlinhos Cachoeira na época em que o homem foi preso pela primeira vez, em fevereiro de 2012.
Prejuízos
Há indícios de que o esquema criminoso tenha sido praticado no Distrito Federal e em Goiás. Por meio das fraudes, o grupo obteve vantagens e prejudicou diversas vítimas. O prejuízo estimado, até o momento, chega a R$ 100 mil.
Denominada “O Contador”, a ação foi deflagrada por meio da Divisão de Falsificações e Defraudações da Coordenadoria de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (CORF).