O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta quinta-feira (22/5), a transferência do policial federal Wladimir Matos Soares para a Ala 5 do presídio da Papuda (DF), pavilhão destinado a ex-policiais.
Moraes atendeu o pedido do Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP/DF), que comunicou ao ministro sobre a preocupação de fuga do policial federal, “diante das peculiaridades daquela unidade prisional e do perfil do custodiado”.
O policial estava no 19° Batalhão, que também está localizado na Papuda, sendo transferido para o pavilhão especial para ex-agentes.
Na última terça-feira (20/5), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus 10 denunciados do núcleo 3 da suposta trama golpista que teria atuado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Wladimir é um dos nomes que compõem esse núcleo.
PF em áudios: “Matar meio mundo”
O nome do policial ganhou relevância nas últimas semanas após ele ser flagrado em gravações, nas quais cita um grupo armado que teria como objetivo prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Paulo Cappelli
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Áudios obtidos e periciados pela Polícia Federal (PF) mostram que Soares revelou informações sobre a segurança do presidente Lula a servidores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em relação ao STF, o policial federal chegou a afirmar em uma das gravações que haveria um grupo armado para prender ministros da Corte suprema. Ele chega a falar ainda que haveria disposição para uso de força letal e “matar meio mundo”.
“Se as coisas mudarem lá pra frente, e por um acaso um desses ministros do STF forem ser presos, principalmente Alexandre Moraes”, diz ele em um dos trechos das gravações a que o Metrópoles teve acesso. Em outro, ele sobe o tom:
“O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente (Jair Bolsonaro) de colocar um diretor da Polícia Federal, o Alexandre Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele era aqui.”
O policial Wladimir foi um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no inquérito da trama golpista.