Lupi ataca governo, e Wolney quer segurar juros do consignado

O ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), afirmou a interlocutores do governo Lula que trabalhará para conter altas na taxa de juros de empréstimos consignados junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A garantia foi dada após o antecessor na pasta, o também pedetista Carlos Lupi, atacar o governo Lula, alardeando a possibilidade de aumento dos ganhos dos bancos.

Lupi reassumiu a presidência do PDT nesta semana e alardeou que, em breve, os juros dos consignados aumentariam. O ex-ministro, que deixou a pasta em meio ao escândalo da fraude no INSS, ainda afirmou que comprou “inimigos” para conter aumentos. A última alta aconteceu em março deste ano, quando chegou a 1,85% ao mês.

Wolney afirmou aos aliados do governo que também trabalharia para conter eventuais altas nos juros dos consignados, mas apontou mudanças de postura com relação ao seu antecessor. A primeira foi a garantia ao Planalto de que compartilhará e discutirá mais as tomadas de decisões da pasta.

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Uma das reclamações sobre Lupi no governo era a tomada de decisões e o anúncio de ideias sem combinar com a Casa Civil. A primeira delas foi em março de 2023, quando o ministro reduziu o teto dos juros dos consignados para 1,7%, surpreendendo o Planalto.

A ação chegou a ser alvo, indiretamente, de uma reprimenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Numa reunião, ele cobrou que ideias de ministros sejam enviadas ao Planalto antes de serem anunciadas, para evitar bate-cabeça entre pastas.

Outro ponto de divergência sobre métodos que o ministro informou ter com relação ao seu antecessor é deixar o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) deliberar livremente. O colegiado é composto por integrantes do governo, dos aposentados e pensionistas, dos trabalhadores em atividade e também dos empregadores.

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