Rio de Janeiro – A crise entre Eduardo Paes e o PT escalou nesta sexta-feira com a entrada em cena de Pedro Paulo, deputado federal e articulador político do prefeito. Em tom de ultimato, o parlamentar defendeu publicamente o rompimento da aliança com o partido de Lula, após a bancada petista se aliar a bolsonaristas contra o projeto de armamento da Guarda Municipal.
Pedro Paulo endurece o tom: “É hora de tirar as crianças da sala”
A frase, publicada por Pedro Paulo em suas redes sociais, sintetiza o grau de tensão entre o PSD de Paes e o PT. O deputado afirma que não foi o autor de uma nota que circulou cobrando a saída dos petistas do governo municipal, mas endossou o conteúdo com veemência: “Comecei a concordar com tudo”, escreveu. Segundo ele, o episódio da votação escancarou a imaturidade política da base petista e deixou claro que “é preciso riscar o chão”.
Crítica atinge bancada do PT e expõe crise na base de Lula
Pedro Paulo direcionou seus ataques à postura da bancada do PT na Câmara de Vereadores, que se alinhou à direita para obstruir o projeto de armamento da guarda. Segundo ele, “decisões como o voto de hoje exigem coragem, não principismo”, numa crítica à falta de pragmatismo político. O deputado cobra que os aliados de Paes compreendam o jogo em curso: ou se alinha com quem sustenta a cidade ou está fora.
Paes sustenta Lula no Sudeste — e cobra reciprocidade
O deputado lembrou que Eduardo Paes é o único prefeito de capital do Sudeste a sustentar publicamente o governo Lula, mesmo com a baixa aprovação do presidente no Rio. Essa lealdade, argumenta Pedro Paulo, não tem sido retribuída: o PSD continua sem espaço no governo federal, enquanto os petistas, mesmo ocupando secretarias estratégicas no município, sabotam projetos centrais da gestão carioca.
Rompimento à vista e reformulação no tabuleiro eleitoral
O discurso de Pedro Paulo fortalece os bastidores que apontam para uma reforma do secretariado carioca, com a retirada do PT da gestão e a abertura de espaço para novas alianças rumo à sucessão estadual. A movimentação mira 2026 e busca consolidar o PSD como protagonista de uma frente pragmática no Rio de Janeiro, distante da fragmentação da esquerda e dos radicalismos bolsonaristas.
O Carioca esclarece
Por que isso importa?
O conflito entre PT e PSD no Rio pode redesenhar alianças na capital fluminense e influenciar os rumos da sucessão estadual em 2026.
Quem são os envolvidos?
Pedro Paulo, deputado federal e aliado de Eduardo Paes, fez críticas públicas à atuação da bancada petista no Legislativo municipal.
Qual o impacto no Brasil e no mundo?
A crise afeta a articulação do governo Lula nas capitais do Sudeste, justamente onde a aprovação é mais frágil e a oposição é mais ruidosa.
Como isso afeta a democracia?
A instabilidade entre aliados mostra os limites do presidencialismo de coalizão e escancara disputas por poder que emperram pautas estratégicas.