Brasília – Com um recado direto aos fabricantes de ódio da extrema-direita, Luiz Inácio Lula da Silva avisou: vai voltar a percorrer o país, como sempre fez nos momentos decisivos da história recente do Brasil. O anúncio foi feito neste sábado (24), em Campo Verde (MT), durante o lançamento do programa Solo Vivo, e marca uma nova fase da estratégia política do presidente.
“Chegou a hora de assumir a responsabilidade para não permitir que a canalhice e as fake news ganhem espaço”, disse Lula, olhando nos olhos da plateia, num discurso que já soa como aquecimento para 2026.
Com críticas abertas aos propagadores de desinformação e intolerância, o presidente deixou claro que não pretende assistir de camarote à tentativa de reescrever a história pela narrativa bolsonarista. Pelo contrário: vai colocar o pé na estrada, encarar os golpistas de frente e disputar cada palmo do território nacional com a arma que sempre empunhou — a palavra.
Lula retoma seu maior trunfo: as ruas
Durante o discurso, Lula relembrou seu histórico de vitórias eleitorais, afirmando com convicção: “Sou o presidente que mais foi eleito na história desse país”. O dado é preciso: eleito em 2002, reeleito em 2006 e vitorioso novamente em 2022, Lula acumulou mais de 145 milhões de votos ao longo de sua trajetória.
Essa conexão direta com o povo, construída em caravanas, comícios e conversas em praças públicas, é o que o diferencia num cenário político cada vez mais contaminado por robôs, vídeos editados e influenciadores pagos.
“Fazemos parte daquele tipo de político que não quer perder o direito de andar na rua de cabeça erguida”, disparou.
A frase não é só retórica: nos últimos anos, a extrema-direita tentou sequestrar símbolos, ocupar espaços e silenciar adversários — usando a violência, o medo e a mentira como ferramentas políticas. Agora, Lula quer reocupar esse terreno com coragem e presença.
Golfe? Só se for para criticar o elitismo
Em outro trecho do discurso, Lula ironizou a ideia de que poderia se aposentar e viver uma vida de luxo: “Poderia estar em um campo de golfe jogando, mas meu compromisso é com vocês, o povo”.
A provocação tem endereço certo: setores da elite que sempre tentaram pintar o presidente como ultrapassado ou cansado. A resposta veio com clareza: Lula está disposto a rodar o Brasil mais uma vez, como fez em momentos históricos — da campanha das Diretas à fundação do PT, passando pelas caravanas pelo Sertão e pelas lutas contra a fome e a miséria.
Fake news não passarão
O alerta central do presidente é claro: as fake news continuam sendo uma ameaça real à democracia brasileira. Em 2018, elas ajudaram a eleger um presidente autoritário. Em 2022, fomentaram um ambiente de ódio que culminou nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. E em 2026, a extrema-direita pretende repetir a dose.
Mas, desta vez, Lula não vai esperar o veneno digital se espalhar. Vai enfrentá-lo com presença física, dados concretos, e — principalmente — com verdade.
Política com responsabilidade
Ao afirmar que está “convencido de que temos a obrigação moral de fazer com que a verdade derrote a mentira nesse país”, Lula assume a dianteira de um projeto coletivo que vai muito além das eleições.
Trata-se de uma defesa da própria ideia de política como espaço de transformação social — e não de chantagem ideológica, corrupção digital e autoritarismo escancarado.
O Carioca esclarece
Por que Lula vai percorrer o Brasil novamente?
Para enfrentar de forma direta a desinformação, dialogar com a população e defender a democracia ameaçada pela extrema-direita.
Quem Lula chama de “canalhas” e mentirosos?
A extrema-direita bolsonarista, responsável por espalhar fake news, atacar instituições e tentar sabotar o processo democrático brasileiro.
O que está em jogo com essa retomada das ruas?
A disputa pela narrativa nacional em torno dos direitos sociais, da história recente e da legitimidade política de projetos democráticos.
Como a verdade pode vencer as fake news?
Com presença nos territórios, diálogo direto com a população e enfrentamento político sem medo — como Lula promete fazer.