Brasília – A obra de drenagem e pavimentação da Rua Agante Moço, no distrito de Itaipava, em Petrópolis (RJ), virou mais um símbolo do descaso administrativo com a mobilidade urbana. Iniciada em 29 de abril de 2023, com previsão de término em 120 dias, a intervenção já acumula paralisações, prazos descumpridos e uma montanha de incertezas. Agora, a pressão vem da UNITA – Unidos por Itaipava, movimento empresarial que cobra da prefeitura explicações claras e a retomada imediata dos trabalhos.
Prefeitura some, máquinas também
Contratada por R$ 4.098.568,27, a obra foi entregue à PetroVias Engenharia e Construções LTDA. Mas a promessa de melhorar o fluxo de veículos na via, essencial para a logística e a vida local, esbarrou na paralisia. Em novembro, sem aviso formal ou justificativa plausível, as máquinas sumiram do canteiro de obras, junto com qualquer sinal de compromisso da gestão municipal.
A prefeitura chegou a estender o prazo por mais 120 dias, empurrando a conclusão para dezembro de 2023. A promessa, como tantas outras, evaporou. E agora o temor é que a obra seja oficialmente abandonada, exigindo uma nova licitação — sinônimo de mais atraso, mais custos e zero mobilidade.

Risco de nova licitação e prejuízo público
Alexandre Plantz, presidente da UNITA, não esconde a frustração. Para ele, a paralisação ameaça não só a obra, mas a confiança na administração local.
“Se o contrato for rescindido, a prefeitura será obrigada a fazer nova licitação. Isso implica mais tempo, mais custo, mais multa. O município vai sangrar por um erro de gestão que poderia ser evitado.”
A análise é corroborada pelo secretário do movimento, Fabrício Santos, que lembra o óbvio: sem pavimentação, qualquer plano de mobilidade urbana está fadado ao fracasso.
“Estudos técnicos já existem. Mas, sem concluir a Agante Moço, é como tentar reformar o telhado com a casa desabando. Itaipava não pode continuar sendo empurrada para o fim da fila.”

Atraso que trava tudo
A Rua Agante Moço é mais que um endereço. É rota estratégica para moradores, comerciantes e turistas. A paralisação compromete deslocamentos, encarece o transporte de mercadorias e sufoca o pequeno comércio, já fragilizado por anos de abandono.
A UNITA, ao cobrar explicações, joga luz sobre o padrão de gestão que parece reger a prefeitura: silêncio, opacidade e inércia. Enquanto a cidade espera por uma solução, o tempo corre — e com ele, a paciência da população.
Falta de transparência como política
O silêncio da administração sobre os motivos da interrupção da obra escancara um problema crônico: falta de transparência. Não há respostas públicas, nem planejamento apresentado. Tudo o que se sabe vem da observação concreta: as máquinas pararam, e ninguém explica por quê.
Para um município que já enfrentou tragédias e enfrenta um processo de reconstrução delicado, cada obra abandonada representa não apenas um erro logístico — mas um recado de que o interesse público segue em segundo plano.
O Carioca esclarece
O que é a Rua Agante Moço?
É uma via importante do distrito de Itaipava, em Petrópolis, cuja pavimentação é considerada estratégica para a mobilidade urbana local.
Por que a obra foi paralisada?
Até agora, a prefeitura não apresentou justificativa oficial. A interrupção ocorreu em novembro de 2023, sem aviso formal.
Quais os riscos da paralisação?
Caso o contrato seja rescindido, será necessário abrir nova licitação, o que implicaria em mais atraso, mais custos e possível multa.
Como isso afeta moradores e comerciantes?
A falta de pavimentação prejudica o deslocamento, encarece o transporte de mercadorias e afeta negativamente o comércio local.