Reencontro de Dita e Candinho esquenta ‘Êta Mundo Melhor!’

São Paulo – O reencontro de Dita e Candinho

No meio do caos paulistano, Candinho (Sérgio Guizé) continua acreditando que “tudo de ruim que acontece na vida é pra meiorá”. Só que nem toda dor vira bênção. A nova leva de tragédias que cai sobre a cabeça do eterno caipira de alma doce inclui o desaparecimento do filho, Júnior/Samir (Davi Malizia), e a morte da esposa Filomena (Débora Nascimento) — que tenta fugir com o vilão Ernesto e paga com a vida — além do falecimento da matriarca Anastácia (Eliane Giardini), que não resiste à notícia do neto perdido.

Enquanto o protagonista se debate entre luto e esperança na mansão herdada da mãe, o reencontro com sua antiga amiga de infância, Dita (Jeniffer Nascimento), promete abalar o roteiro de ‘Êta Mundo Melhor!’, nova versão da novela de Walcyr Carrasco, com estreia prevista para junho na TV Globo.

Dita volta com tudo e põe Quincas na roda

Na roça, Dita tenta sobreviver entre as galinhas, os gritos da tia Cunegundes (Elizabeth Savala) e os arrotos de inutilidade do marido Quincas (Miguel Rômulo), que se recusa a trabalhar e não move um dedo pelo filho Joaquim (Tom Zé). Quando chega ao sítio a notícia da morte de Filomena — por telegrama, como nos tempos em que o Brasil ainda acreditava nos Correios — Dita decide largar tudo e partir para São Paulo, em busca de Candinho.

Ao lado da tia Manoela (Dhu Moraes), ela enfrenta assalto, desencontros e uma metrópole que não perdoa inocência. Sem dinheiro, sem endereço, sem rumo — mas com voz e coragem — Dita canta seu desespero debaixo de uma janela qualquer. É quando Margarida (Nívea Maria), dona de pensão e exímia ouvinte, a acolhe como quem escuta futuro.

Candinho e Dita se reencontram — e a cidade treme

A trama dá uma guinada. Dita consegue uma vaga de emprego na mansão de um ricaço qualquer, onde aguarda no jardim e reencontra Candinho, como se fosse cena de destino. O impacto é imediato. O reencontro mexe com os dois — e não é só nostalgia. É faísca, memória e desejo.

Manoela percebe o clima e avisa: o amor entre os dois não será fácil, muito menos previsível. Afinal, Candinho está de luto, Dita vem da luta — e nenhum dos dois cabe nas molduras de uma cidade que ainda engole pobres, negros e gente do interior com voracidade.

Jeniffer Nascimento assume protagonismo com força e fala afiada

A atriz Jeniffer Nascimento, que já viveu Dita na versão anterior da novela, agora assume a personagem com mais camadas e centralidade. Para ela, Dita é uma mulher à frente do seu tempo, que não baixa a cabeça, não silencia e não deixa sua força ser confundida com grosseria.

“Ela quebra paradigmas, luta por seus princípios, sabe o momento de calar e de falar. E o mais importante: não se esquece de quem é”, diz Jeniffer.

A atriz celebra seu primeiro papel protagonista com justiça — e sem falsa modéstia:

“É o reconhecimento de uma trajetória. Comecei aos cinco anos, batalhei muito, e agora vivo essa personagem com orgulho”, comemora.

Amor improvável, mas potente

Sérgio Guizé, parceiro de cena, aposta na química:

“Eles se conhecem desde pequenos. O reencontro é um susto bom. Candinho se apaixona e percebe que Dita tem muito mais em comum com ele do que imaginava. Esse casal vai emocionar”, afirma o ator.

A novela, escrita por Walcyr Carrasco com colaboração de Mauro Wilson, Letícia Mey, Cleissa Regina Martins, entre outros, é dirigida por Amora Mautner, João Paulo Jabur e Mayara Aguiar. A produção executiva é de Lucas Zardo e a direção de gênero, de José Luiz Villamarim.


O Carioca esclarece

Quem é Dita em ‘Êta Mundo Melhor!’?
É a protagonista vivida por Jeniffer Nascimento, uma mulher negra, determinada e de personalidade forte, que retorna à vida de Candinho e movimenta a trama com sua luta e ternura.

Por que o reencontro com Candinho é central?
Porque rompe o ciclo de luto, traz nova energia à novela e representa um amor popular, possível e antielitista — entre dois personagens que enfrentam preconceitos e adversidades.

Como isso afeta a representação nas novelas?
Dita é uma protagonista negra não estereotipada, que assume sua agência e humanidade — algo ainda raro nas telenovelas brasileiras dominadas por figuras brancas e submissas.

Qual o impacto dessa versão da novela?
Com estreia marcada para junho, a nova edição promete atualizar temas sociais, trazer diversidade e explorar o Brasil profundo com mais crítica e emoção.

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