Com seu tom transgressor e irreverente, os Dzi Croquettes desafiaram a ditadura e marcaram os anos de 1970 de forma única na cultura brasileira. Sua história, agora, é contada pelo olhar de um de seus membros, Ciro Barcelos, na peça “Dzi Croquettes Sem Censura”, que estreia em São Paulo em 12 de junho. A realização do espetáculo é da TMX Produções.
Dzi Croquettes Sem Censura traz a trajetória deles em primeira pessoa, abordando não apenas a vida nos palcos, mas também a convivência entre 13 pessoas que dividiram também uma casa, uma história que nunca foi contada, revelando os bastidores no processo de montagem do grupo, a relação humana entre eles, suas alegrias e tristezas. São artistas em torno de um mesmo ideal de arte e resistência que os manteve unidos mesmo nos momentos mais difíceis, como a perseguição que sofreram pelo regime militar, levando-os a um exílio do país.
O grupo era marcado pela diversidade de talentos, e para fazer justiça a esses artistas ímpares, o espetáculo reúne um time de artistas que, no palco atuam dançam e cantam guardando a linguagem teatral peculiar do grupo que veio a influenciar toda uma geração de artistas, criando um novo vocabulário cênico.
Ciro interpreta a si mesmo e Lennie Dale, no espetáculo, que também traz Daniel Suleiman, no papel de Ciro na juventude; Fernando Lourenção, como Bayard Tonélli; Akim, como Carlinhos Machado; Celso Till, no papel de Claudio Gaya; Jonathan Capobianco faz o Rogério de Polly; Kaiala, atriz não binária, mostrará os dois lados vivendo Nêga Vilma e Benê; Feccini como Reginaldo de Polly; André Habacuque como Claudio Tovar; Bruno Saldanha é Paulette; e, por fim, Juan Becerra interpreta Wagner Ribeiro.
Ciro, que assina a dramaturgia, direção, coreografia, concepção cênica e atua na peça, conta que trazer a história do grupo é relembrar a importância histórica deles. Ele, que já assinou o espetáculo “Dzi Croquettes Em Bandália”, resgata sua própria vivência, trazendo histórias que não pode contar até hoje “A minha experiência tendo feito parte da formação original do grupo é fundamental para recontar essa história vivida por mim, pois não existem muitos registros detalhados do que verdadeiramente foi e significou o encontro de 13 atores vivendo em comunidade em torno de um mesmo ideal”.
Ciro é uma figura emblemática no cenário artístico brasileiro e internacional. Ator, bailarino, cantor, coreógrafo e encenador, sua trajetória atravessa décadas e fronteiras, consolidando-se como um dos grandes nomes das artes cênicas.
Aos 17 anos, ele estreou integrando o elenco do histórico espetáculo Hair, e seguiu sempre em cena, incluindo a fundação dos Dzi Croquettes. Ele tem sido um agente de transformação na arte. Sua passagem pela Europa trouxe um aprofundamento em dança e teatro, colaborando com grandes nomes como Pina Bausch, Maurice Béjart e Marcel Marceau.
Ele imprimiu sua marca na TV Globo, coreografando programas icônicos e criando espetáculos premiados, como o musical Francisco de Assis, que permaneceu 12 anos em cartaz. Também dirigiu e coreografou shows de Ney Matogrosso e Gal Costa, além de protagonizar e dirigir montagens importantes, como Paixão de Cristo nos Arcos da Lapa.
Nos últimos anos, Barcelos segue inovando. Em 2017, foi convidado pela Universidade de Princeton para uma palestra sobre Dzi Croquettes, e em 2023 dirigiu o monólogo Prazer, Hamlet, estrelado por Rodrigo Simas e vencedor de diversos prêmios.
A dramaturgia de Dzi Croquettes Sem Censura conta, também, com a colaboração de Kadetti, dramaturgo, roteirista e artista polivalente, que tem uma trajetória marcante no teatro, na televisão e no cinema, consolidando-se como uma das figuras mais influentes das artes cênicas brasileiras. No teatro, esteve em espetáculos como Lili Carabina, Luz del Fuego, Clarice e os Corações, e O Sentido Trágico da Vida. Na televisão, Júlio foi responsável pelas séries de sucesso Salve-se Quem Puder, Dentro da Noite, Luz del Fuego e Caminhos Cruzados. Já no cinema, seus roteiros incluem os aclamados Bom-Crioulo e A Máscara de Prata.
Ele também se destaca como educador e criador de métodos inovadores para o ensino de artes cênicas. Ele desenvolveu o método Sing, Move & Breathe, registrado nos Estados Unidos e focado em atores musicais, que será aplicado na Escola Wolf Maya.
Liane Maya, que assina a preparação de elenco, tem formação diversificada, que inclui, entre outras, a Escola Tablado com Maria Clara Machado no Brasil e nos EUA UCLA- Los Angeles Canto, Dicção e Oratória – Conservatório Nacional de Música-Rio de Janeiro com o professor e cantor de ópera Nonelli Basbatefano.
No teatro musical, participou de diversos espetáculos, como Cabaré, A Família Adams, Música Além do Ar, As Noviças Rebeldes e De Caso com a Vida. E foi indicada ao Prêmio Bibi Ferreira de Teatro Musical duas vezes como melhor atriz coadjuvante em Crazy for you, e como melhor atriz no Musical As Damas de Paus, além de indicada como melhor direção para o Musical Sapato Musical, de Sérgio Melgaço, montado no Teatro Villa Lobos do Rio de Janeiro.
Sua experiência também inclui a direção de teatro musical e televisão, além de atuações também TV, em Os Trapalhões, Chico Anysio Show, Estados Anysios de Chico City, além das novelas Livre para Voar e Partido Alto, exibidas pela Rede Globo. No cinema, atuou em Sonho de Valsa, dirigido por Ana Carolina, e trabalhou como dubladora em produções como Flubber e Batman.
Já Talita Franceschini é responsável pela assistência de direção, e no seu currículo peças como Do Outro Lado da Porta, dirigida por Adriane Hintze, Boate Bolero, sob direção de Ciro Barcelos, e Shiva-Moon Show, dirigida por Ruy Cortez. No cinema, participou do longa-metragem Matadores de Aliens, além dos curtas Faca de Três Gumes e Conversando com Nelson.
Com formação artística sólida e uma carreira diversificada no teatro, cinema e televisão, ela se destaca como uma atriz talentosa e multifacetada. Sua trajetória inclui peças teatrais, curta-metragens e direção assistente, além de uma ampla especialização em interpretação e técnicas Talita investiu fortemente em seu aprimoramento profissional, realizando cursos em escolas renomadas como Wolf Maya e Casa de Artes Aguinaldo Silva, além de workshops com mestres como Fátima Toledo, Jean-Jacques Lemêtr e Felipe Hintze. Seu conhecimento técnico abrange teatro clássico, TV, improvisação, dublagem e técnicas de corpo e voz, consolidando-se como uma artista completa.
Responsável pela supervisão cênica, Kleber Montanheiro tem três décadas de experiência no teatro musical. Ele se consolidou como um dos grandes nomes do teatro musical brasileiro. Multiartista, atua como diretor cênico, cenógrafo, figurinista e artista visual, trazendo inovação e estética refinada a cada produção.
Montanheiro é vencedor do Prêmio APCA 2008, pela direção do espetáculo Sonho de Uma Noite de Verão, e do Prêmio FEMSA 2009, por “A Odisseia de Arlequino”, ambos na categoria de melhor diretor. Em 2022, foi indicado ao Prêmio Bibi Ferreira e venceu o Prêmio APCA de melhor diretor pelo espetáculo Tatuagem, inspirado no filme homônimo de Hilton Lacerda.
O espetáculo fica em cartaz até 27 de julho, no Teatro Itália, os ingressos variam entre R$50 e R$160, e já estão disponíveis no Sympla, pelo link: https://bileto.sympla.com.br/event/106032/d/317388/s/2165245
Serviço
Estreia Dzi Croquettes Sem Censura | curta temporada | São Paulo (SP)
Onde: Teatro Itália (Av. Ipiranga, 344 – República)
Estreia: dia 12 de junho, de quinta a domingo, às 20h30min; e no mês de julho: sábado e domingo, às 20h30min
Classificação indicativa: 16 anos
Ingressos: R$ 160 (inteira)
Informações: @dzicroquettes
Ingressos https://bileto.sympla.com.br/event/106032/d/317388/s/2165245