Ucrânia ataca helicóptero de Putin em Kursk

Kursk – O helicóptero de Vladimir Putin foi alvo de um ataque com drones ucranianos no último 20 de maio, segundo admitiu um comandante russo.

A aeronave presidencial sobrevoava a região de Kursk, na fronteira com a Ucrânia, quando entrou no que militares chamaram de “epicentro da resposta ao ataque massivo”.

A declaração foi feita neste 25 de maio pelo comandante Yury Dashkin, citado pela agência estatal RBC, braço midiático da máquina de propaganda de Moscou.

Sem a pompa habitual das bravatas putinistas, Dashkin relatou que a missão da sua divisão era “proteger o espaço aéreo para o voo do presidente” e que isso ocorreu em meio a uma ofensiva aérea ucraniana, com múltiplos drones atingindo alvos russos. Traduzindo do jargão castrense: a Ucrânia tentou acertar o presidente russo – e quase conseguiu.


Helicóptero presidencial sob fogo cruzado

A visita de Putin a Kursk — anunciada timidamente pela imprensa estatal — foi a primeira desde que a Rússia reconquistou parte do território na região, anteriormente ocupado por tropas ucranianas. O Kremlin vinha tentando mostrar “normalidade” em sua narrativa sobre o conflito, mas o ataque jogou luz sobre a realidade incômoda: nem o presidente está seguro em solo russo.

Segundo fontes da inteligência ocidental, a Ucrânia tem intensificado o uso de drones em ataques cirúrgicos a bases, infraestrutura militar e, agora, alvos simbólicos de alto escalão. A ousadia do ataque a um helicóptero presidencial deixa clara a escalada da guerra — e o desgaste da retórica de controle absoluto que Putin ainda tenta sustentar.


Kursk, fronteira em chamas

A região de Kursk, que abriga bases aéreas e armazéns militares estratégicos, tem sido um dos pontos mais instáveis da guerra desde agosto de 2024, quando a Ucrânia lançou sua primeira incursão terrestre em território russo desde a Segunda Guerra Mundial. O contra-ataque russo — que contou com tropas da Coreia do Norte, segundo denúncias internacionais — retomou parte da região em março de 2025, mas não garantiu segurança duradoura.

Desde então, os ataques aéreos seguem frequentes, e a população civil vive sob tensão permanente, como apontam relatórios da ONU e da Human Rights Watch. Kursk virou uma vitrine do fracasso russo em estabilizar as fronteiras mesmo após ofensivas brutais.


Guerra de propaganda e drones

A narrativa russa tenta minimizar o impacto do ataque ao helicóptero de Putin. O Kremlin não mencionou diretamente o episódio em seus canais oficiais, preferindo ressaltar que a visita à região foi “bem-sucedida” e que o presidente “dialogou com voluntários e cidadãos locais”. Um clássico de um regime que prefere encobrir a fragilidade com encenações cuidadosamente coreografadas.

Já a Ucrânia, como de costume, não confirmou nem negou a autoria do ataque. Mas fontes não-oficiais ligadas ao exército ucraniano sugerem que a operação foi planejada como resposta simbólica à presença de Putin em zona de conflito.

Com drones cada vez mais precisos e difíceis de interceptar, a guerra entrou definitivamente em uma nova fase, em que nem os palácios nem os helicópteros blindados do czar moderno são garantia de segurança.


O Carioca esclarece

Quem é Yury Dashkin?
É um comandante russo da divisão de defesa aérea responsável pela segurança do espaço aéreo na região de Kursk. Sua declaração expôs o risco enfrentado por Putin.

Por que o helicóptero presidencial foi alvo?
A Ucrânia tem intensificado ataques com drones a alvos estratégicos e simbólicos dentro da Rússia, como forma de pressão militar e psicológica.

Quais as consequências do ataque?
O ataque abala a propaganda de estabilidade do Kremlin, mostra a vulnerabilidade do alto escalão russo e eleva o grau de tensão no conflito.

Como isso afeta a guerra na prática?
O episódio mostra que a Ucrânia consegue atingir o coração da defesa russa, forçando Moscou a rever rotas, reforçar segurança e lidar com a perda do monopólio da intimidação.

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