Asteroides ocultos na órbita de Vênus podem cair na Terra. Entenda

Os cientistas estão sempre em busca de asteroides perigosos próximos à Terra para ajudar a proteger o nosso planeta. Um possível impacto provocaria consequências catastróficas para todos os seres vivos. No entanto, a procura por essas ameaças não fica limitada apenas ao local em que vivemos. Cada vez mais, especialistas têm investigado a presença dos corpos rochosos perto de outros planetas.

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Um estudo liderado pelo professor Valério Carruba, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), investiga o risco de asteroides coorbitais e ocultos no brilho do sol entre Vênus e a Terra. O artigo intitulado “A ameaça invisível: avaliando o risco de colisão representado pelos asteroides coorbitais de Vênus não descobertos” ainda está em versão pré-print e foi enviado para revisão da comunidade científica em 21 de maio.

“Vinte asteroides coorbitais de Vênus são atualmente conhecidos. O status coorbital os protege de aproximações próximas a Vênus, mas não evita que colidam com a Terra”, escrevem os autores.

De acordo com os especialistas, para serem considerados potencialmente perigosos, os asteroides precisam ter pelo menos 140 metros de diâmetro e passar a 0,05 unidades astronômicas da órbita da Terra.

Um dos grandes problemas para a detecção é que a maioria desses asteroides tem excentricidade baixa, ou seja, órbitas quase circulares. Essa característica faz com que os corpos rochosos se comportem de forma parecida com os planetas, girando ao redor do Sol e ficando próximos a ele.

Ilustração mostra impacto de asteroide na Terra - MetrópolesO impacto de um asteroide na Terra poderia trazer consequências catastróficas

A proximidade entre o asteroide e o Sol dificulta a visão dos cientistas, pois o brilho solar ofusca a luz de objetos próximos a eles. Quando estão longe do astro, nas chamadas “janelas de observação ideais”, eles podem ser vistos, mas são momentos raros.

Análise do risco para a Terra

Para avaliar o real risco dos asteroides ocultos de Vênus para a Terra, os cientistas simularam por 36 mil anos o comportamento de 26 objetos rochosos com diferentes inclinações e excentricidades. O modelo identificou que alguns deles, os com órbitas mais regulares e inclinadas, poderiam se aproximar da Terra ao longo do tempo.

Para se ter noção do perigo, a queda de um asteroide relativamente pequeno, com 150 metros de diâmetro, poderia ter a energia de impacto milhares de vezes superior às das bombas atômicas utilizadas na Segunda Guerra Mundial.

Com previsão de início de operação para o primeiro semestre deste ano, o Observatório Vera Rubin deverá detectar vários asteroides durante suas investigações. No entanto, achar os objetos rochosos presentes em Vênus exigirá uma estratégia especial.

Ao final do artigo, os pesquisadores concluem que a melhor forma de detectar as rochas seria realizar uma missão espacial com foco nas proximidades de Vênus, posicionando os orbitadores em regiões estratégicas, como os halos L1 ou L2 entre o Sol e Vênus, além de fazer o monitoramento em locais longe do astro para evitar o problema do brilho solar, aumentando as chances de encontro.

Mesmo não representado um risco real atualmente, os pesquisadores ressaltam que é essencial o monitoramento dos asteroides para garantir a segurança do nosso planeta.

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