“Meter CLT” e “inveja”: condenação de Leo Lins opõe humoristas. Veja

A condenação de Leo Lins a oito anos e três meses de prisão em regime fechado por proferir discursos preconceituosos contra diversas minorias têm gerado um racha entre os humoristas brasileiros.

A decisão, proferida na última terça-feira (3/6) pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), se deu após um vídeo de uma apresentação de 2022 ter sido veiculado nas redes sociais.

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Com a repercussão da sentença, comediantes como Antonio Tabet, Thiago Ventura e Jonathan Nemer se manifestaram sobre o caso. Uma nova discussão foi gerada a partir de um vídeo publicado por Patrick Maia, que, embora tenha discordado da sentença, disse que Leo Lins deve ser responsabilizado pelo que diz. Patrick e Leo são amigos.

Veja o vídeo:

 

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Uma publicação compartilhada por Patrick Maia (@patrickmaia)

A opinião de Maia fez com que o apresentador Danilo Gentili, que já teve Patrick como roteirista, se manifestasse, chamando o colega de “invejoso e cínico” em uma publicação no Instagram.

Confira:

 

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Uma publicação compartilhada por Danilo Gentili (@danilogentili)

Leo Lins também respondeu a declaração de Patrick Maia com um vídeo nas redes que deixa claro seu descontentamento com a opinião do colega. Veja:

 

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Uma publicação compartilhada por Leo Lins (@leolins)

Condenação de Leo Lins

Leo também terá que pagar multa equivalente a 1.170 salários mínimos (valor da época da publicação das imagens), aproximadamente R$ 1,4 milhão, e indenização de R$ 303,6 mil por danos morais coletivos. Cabe recurso contra a sentença.

A defesa do humorista disse ter recebido a notícia da condenação com “grande surpresa”. “Trata-se de um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, diante de uma condenação equiparada à censura”, diz nota enviada ao Metrópoles.

8 imagensLéo Lins criticou Juliana OliveiraLéo Lins trabalhou com Danilo GentiliEle foi julgado por falas preconceituosasLeo Lins com os ex-colegas do The Noite, incluindo Danilo GentiliFechar modal.1 de 8

Humorista Léo Lins

Reprodução/YouTube2 de 8

Léo Lins criticou Juliana Oliveira

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Léo Lins trabalhou com Danilo Gentili

Reprodução/SBT5 de 8

Ele foi julgado por falas preconceituosas

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Leo Lins com os ex-colegas do The Noite, incluindo Danilo Gentili

Divulgação
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Leo Lins com Danilo Gentili

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8 de 8

Leo Lins foi condenado a oito anos de prisão

Instagram/Reprodução

Declarações contra minorias

O vídeo que gerou a condenação de Leonardo de Lima Borges Lins foi gravado em 2022, durante show chamado “Leo Lins – PERTURBADOR”. Nele, o comediante profere uma série de declarações contra negros, idosos, obesos, pessoas que vivem com HIV, indígenas, nordestinos, judeus, evangélicos, pessoas com deficiência e pessoas LGBTQIA+.

Em agosto de 2023, segundo o processo, a publicação já ultrapassava 3 milhões de visualizações quando foi suspensa por decisão judicial. A sentença destaca que a disponibilização do vídeo na internet e a grande quantidade de pessoas que foram atingidas pelas supostas piadas foram fatores considerados para a pena aplicada. Foi levado em consideração também o fato de que os discursos ocorreram em contexto de descontração, diversão ou recreação.

“Ao longo do show, o réu admitiu o caráter preconceituoso de suas anedotas, demonstrou descaso com a possível reação das vítimas e afirmou estar ciente de que poderia enfrentar problemas judiciais”, consta na decisão.

A sentença da Justiça Federal de São Paulo destaca que os discursos de Leo Lins “estimulam a propagação de violência verbal na sociedade e fomentam a intolerância” e que atividades artísticas não são “passe-livre” para cometimento de crimes, “assim como a liberdade de expressão não é pretexto para o proferimento de comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios”.

As condutas do comediante se enquadram nas Leis 7.716/1989, que define crimes de preconceito de raça ou cor, e 13.146/2015, de crimes contra pessoas com deficiência.

Defesa

Na nota enviada ao Metrópoles, a defesa do humorista diz que causa preocupação “ver um humorista condenado a sanções equivalentes às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco”.

A defesa diz, contudo, que mantém “plena confiança no Poder Judiciário” e que vai recorrer da decisão, confiando que “essa injustiça seja reparada em segunda instância”.

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