Condenada no Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi aconselhada por sua defesa a não fazer críticas abertas a ministros da Suprema Corte, o que, na visão dos advogados, aumentaria as chances de a parlamentar reverter a sua situação nos julgamentos.
Em maio, ela foi condenada a 10 anos de prisão por ter colaborado com o hacker Walter Delgatti Neto, que invadiu o sistema de informática do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os recursos de Zambelli e Delgatti foram recusados pelo STF na sexta-feira (6/6).
O ataque hacker teria incluído uma mandado de prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes contra ele mesmo. As últimas frases do documento falso eram “publique-se, intime-se e faz o L”, acrescentando o slogan da campanha de 2022 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos dizeres que, tradicionalmente, constam no fim dos ofícios de mandado de prisão.
A parlamentar nega que tenha participado do ataque cibernético, da adulteração de documentos e alega ser vítima de perseguição política.
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Carla Zambelli
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Carla Zambelli e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, que também está fora do país
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A deputada federal Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF
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Carla Zambelli, nos Estados Unidos
Reprodução
Os ministros da Suprema Corte já haviam formado maioria, em março, para condená-la por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Esse caso se refere às vésperas das eleições de 2022, quando Zambelli, com uma pistola empunhada, perseguiu um apoiador de Lula. Neste caso, a parlamentar foi condenada a 5 anos e 3 meses de prisão.
A fuga de Zambelli
- Carla Zambelli (PL-SP) revelou, em entrevista, que estava fora do país e não pretendia voltar.
- O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão preventiva da parlamentar.
- Após pedido de Moraes, o nome da parlamentar foi incluído na lista de foragidos da Interpol.
- A parlamentar teria saído do país em 25 de maio, de carro, pela fronteira com a Argentina.
- De Buenos Aires, Zambelli foi para os Estados Unidos, onde, segundo ela, foi procurar tratamento de saúde.
- O destino final seria a Itália, já que a parlamentar também tem cidadania italiana.
Advogado de Michelle deixou a defesa
O advogado Daniel Bialski, que defende a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), em dois casos, deixou a defesa da deputada federal Carla Zambelli na terça-feira (3/6), após a parlamentar anunciar a saída do Brasil e o pedido de licença do mandato, a exemplo de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que também tem mandato na Câmara dos Deputados pelo PL de São Paulo.
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“Eu fui apenas comunicado pela deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde. Todavia, por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da deputada, como já lhe comuniquei”, disse Bialski, em nota.
Bialski atua com Michelle em uma queixa crime de difamação, em que a ex-primeira-dama seria a vítima, e numa ação movida pela esposa de Jair Bolsonaro contra um jornalista, na qual pede indenização. Ele também defendia Michelle no caso das joias sauditas, mas deixou o caso em agosto de 2023 e, à época, também alegou motivos de “foro íntimo”.