Brasil de José Roberto Guimarães cai diante da Itália

Rio de Janeiro, Brasil — 7 de junho de 2025

Sob vaias tímidas e aplausos tensos no Maracanãzinho, a seleção brasileira feminina de vôlei, comandada por José Roberto Guimarães, foi derrotada por 3 sets a 0 pela Itália, encerrando de forma melancólica sua participação na etapa carioca da Liga das Nações de Vôlei (VNL). O resultado acende o alerta sobre o desempenho do time que, mais uma vez, tropeça diante de uma adversária direta no cenário internacional.

As parciais — 25/22, 25/18 e 29/27 — expuseram fragilidades táticas e emocionais de uma equipe que oscilou ao longo da semana e não conseguiu responder à altura do desafio técnico proposto pelas italianas.


Vantagem italiana e descompasso brasileiro

A derrota não foi apenas técnica. Ela simboliza uma sequência de partidas em que o Brasil, mesmo com talentos individuais, tem encontrado dificuldade em se impor coletivamente. A Itália soube explorar com eficiência os pontos fracos do sistema defensivo brasileiro, forçando erros em momentos decisivos e dominando com autoridade o saque e o bloqueio — fundamentos nos quais a seleção de José Roberto Guimarães historicamente se notabilizou.

Com a derrota, o Brasil encerra a etapa no Rio em quinto lugar, somando oito pontos e ficando atrás de Japão, Itália, Polônia e China. A pressão cresce à medida que o torneio avança, especialmente em um ano que será decisivo para a preparação rumo aos Jogos Olímpicos de Paris.


Ana Cristina brilha sozinha

A atuação individual da jovem ponteira Ana Cristina, maior pontuadora do jogo com 16 pontos, contrasta com o desempenho coletivo da equipe. Foram 13 de ataque, 1 de bloqueio e 2 aces — números que reforçam sua ascensão como uma das protagonistas da nova geração. No entanto, sua performance solitária evidenciou a falta de consistência nos demais setores do time.

Enquanto Ana Cristina se desdobrava em quadra, o restante do elenco falhou em construir uma resposta à altura da agressividade imposta pelas adversárias. O Brasil foi dominado no segundo set e perdeu equilíbrio emocional no terceiro, mesmo chegando a ter vantagem parcial.


José Roberto Guimarães sob escrutínio

Apesar do prestígio acumulado por títulos olímpicos e mundiais, José Roberto Guimarães começa a enfrentar um escrutínio inédito desde que retornou ao comando da seleção. Comandando um grupo renovado, o técnico não tem conseguido encontrar estabilidade tática ou variações eficientes que resgatem a competitividade que já foi marca registrada do vôlei brasileiro feminino.

A insistência em determinadas jogadoras e a demora em ajustar o time durante os jogos vêm sendo alvo de críticas de especialistas e da torcida. A derrota para a Itália, por ser emblemática e em casa, torna-se um ponto de inflexão na trajetória recente da equipe.


Próximo desafio será decisivo

A seleção brasileira volta à quadra no dia 18 de junho, contra a Bélgica, em Istambul, na Turquia. Será o primeiro compromisso da segunda fase da VNL, e o time chega pressionado a demonstrar evolução e competitividade diante de seleções que, embora tecnicamente inferiores, têm mostrado organização tática superior.

O risco de ficar fora das semifinais aumenta, e a comissão técnica precisará justificar não apenas os resultados, mas também o plano de jogo adotado — sobretudo num cenário global em que adversárias diretas como Itália, China e Japão já apresentam estruturação mais avançada.


O Carioca Esclarece

Por que a derrota para a Itália acendeu um sinal de alerta?
Porque foi uma derrota em casa, com placar elástico, diante de uma adversária europeia que impôs domínio técnico e tático. A atuação revelou vulnerabilidades estratégicas que se repetem contra rivais de alto nível.

José Roberto Guimarães está ameaçado no cargo?
Apesar do histórico vitorioso, o treinador enfrenta crescente pressão. A federação ainda não sinalizou mudanças, mas o desgaste é visível. A performance nos próximos jogos será decisiva para a continuidade de seu comando.

O que a Liga das Nações revela sobre a preparação para as Olimpíadas?
Revela que o Brasil ainda está em fase de reconstrução, sem padrão tático definido e com dificuldade em manter intensidade. O tempo para ajustes é curto, e a VNL tornou-se um termômetro incômodo.

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