Expostos nos 4 naipes: como o Baralho do Crime atua na caça a bandidos

Ferramenta criada em 2008 pela Secretaria de Segurança Pública do estado da Bahia (SSP-BA), o Baralho do Crime viabiliza a divulgação de informações sobre criminosos foragidos considerados de alta periculosidade.

Com informações sobre os bandidos caçados, as cartas servem de ponte entre a população e as forças de segurança, uma vez que, a partir dos dados expostos, a sociedade consegue compartilhar pistas sobre o paradeiro dos procurados.

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Com características semelhantes a de um baralho original, o Baralho do Crime conta com 52 cartas, divididas entre os 4 naipes — espadas, paus, copas e ouros.

Cada cartão estampa fotografias, nomes, “vulgos” (apelidos) e tipificações penais atribuídas àquele que protagoniza a carta.

Os naipes fazem referência ao grau de periculosidade do criminoso procurado, sendo o “Ás” o bandido de “maior valor”.

Os rostos estampados na ferramenta encontram-se nas mais diversas situações processuais, havendo aqueles que, inclusive, ainda não foram a júri.

Esse “jogo” fica disponível no site do “Disque Denúncia”, associado à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia.

A pasta alerta que, para denunciar, é importante relatar o máximo de informações possíveis aos órgãos policiais para que as investigações prossigam com êxito.

Reconhecido pelo jogo

Em março deste ano, um integrante do Baralho do Crime, identificado como Jadson Sousa da Silva, conhecido como Jau, morreu durante uma operação da Polícia Civil no bairro Jardim Santo Inácio, em Salvador. Ele era considerado um dos criminosos mais procurados da Bahia e apontado como liderança do Comando Vermelho (CV).

Ele ficou conhecido justamente por integrar a ferramenta da SSP-BA. Jau já havia sido preso em 2021 na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas voltou à ativa após deixar o sistema prisional.

Além de liderar o tráfico em Jardim Santo Inácio, o homem era investigado por envolvimento em diversos homicídios na capital baiana, além de associação criminosa e tráfico interestadual.

Atualização recente

A mudança mais recente no Baralho do crime foi feita pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia em abril deste ano.

“Doidera”, “Demorô”, ‘Meia-Noite” e “Mekinho” são os mais novos rostos integrantes do jogo. Acusados de crimes graves, incluindo envolvimento com facções e assassinatos brutais, os criminosos procurados são altamente perigosos.

A carta “Rei de Espadas” agora é ocupada por Sandro Santos Queiroz, conhecido como “Real” ou “Doideira”. Ele é líder de uma organização criminosa e é procurado por porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e associação para o tráfico em diversos bairros de Jequié. Em 2015, Sandro foi alvo da operação ‘Moeda Real’ e preso em Cuiabá (MT).

Antônio Bruno da Cruz Magalhães, conhecido como “Bruninho”, assume o posto de ‘Valete de Espadas’. Com dois mandados de prisão por homicídio, organização criminosa, associação e tráfico de drogas, o fugitivo atua na região do bairro Rio Sena, em Salvador (BA).

O foragido ainda mantém ligação com Luiz Henrique Santos Souza, conhecido como “Demorô” ou “Rick”, atual ‘Quatro de Ouros’. Bruninho também coordena grupos armados para eliminar traficantes rivais e disputar o controle territorial.

A carta ‘Cinco de Paus’ passa a exibir Pedro Henrique dos Santos Sena, conhecido como “Galego de Brumado” ou “Meia-Noite”. Ele atua na cidade de Senhor do Bonfim, no Norte do estado, e tem mandado de prisão por tráfico de drogas, além de ser apontado como responsável pela guarda e distribuição de drogas e fornecer armas utilizadas em execuções realizadas por um grupo criminoso.

Procurado pelos crimes de roubo e extorsão, Edson dos Santos da Silva, conhecido como “Chiquinho”, foi incluído na carta ‘Quatro de Copas’. Ele atua nos municípios baianos de Queimadas e Nordestina.

Já Uriel Pereira Carvalho, conhecido como “Mequinho” ou “Mekinho”, estampa o ‘Dois de Ouros’. Procurado por homicídio, ele é apontado como o chefe do tráfico de drogas em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Em 2024, ele ordenou que um homem fosse espancado até a morte. A vítima teve o corpo abandonado pelos agressores.

 

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