Dólar recua após medidas fiscais de Haddad e com reunião EUA-China

O dólar operava em baixa nesta segunda-feira (9/6), com o mercado financeiro repercutindo as medidas fiscais anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na noite de domingo (8/6), para compensar o recuo em relação à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

No cenário internacional, o destaque do dia é a reunião entre autoridades comerciais de Estados Unidos e China, em Londres, em mais uma rodada de discussões sobre as tarifas comerciais aplicadas de parte a parte.

Dólar

  • Às 9h09, a moeda norte-americana recuava 0,2% e era negociada a R$ 5,559.
  • Na última sexta-feira (6/6), o dólar fechou em queda de 0,28%, cotado a R$ 5,57. Foi a menor cotação da moeda desde outubro do ano passado.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 2,6% no mês e de 9,87% no ano.

Ibovespa

  • As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
  • No último pregão da semana passada, o indicador subiu 0,1%, aos 136,1 mil pontos.
  • Com o resultado, o Ibovespa acumula baixa de 0,67% em junho e alta de 13,15% em 2025.

Novela fiscal

Os investidores repercutem nesta segunda-feira o novo pacote de medidas anunciado pela equipe econômica para compensar o aumento do IOF.

O anúncio de Haddad foi feito ao lado dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), após reunião de quase seis horas com líderes do Congresso.

No pacote de ações, estão previstos medida provisória, novo decreto sobre o IOF e debates a respeito da revisão fiscal e também de benefícios infraconstitucionais, ou seja, que não estão na Constituição.

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A Medida Provisória (MP) que deve ser editada pelo governo trará mecanismos para compensar a perda de arrecadação que haveria com o aumento sobre o IOF.

Um dos mecanismos é o aumento de 12% para 18% da alíquota sobre empresas de apostas de quota fixa, conhecidas como bets.

Outro ponto na MP será sobre os títulos isentos de IR, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que passarão a ter alíquota de 5% do IR.

O ministro disse que novo decreto será elaborado, com o objetivo de recalibrar as alíquotas sobre o imposto. Uma das partes que serão retiradas do decreto é a que diz respeito ao risco sacado.

Por fim, o ministro anunciou que o Congresso discutirá a revisão das isenções fiscais, atualmente orçadas em R$ 800 bilhões.

Uma das propostas em debate é a de que haja redução de 10% em gastos tributários. A Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) das empresas, que hoje têm alíquotas de 9%, 15% e 20%, não terá mais a menor delas. Com isso, a cobrança mínima passará a ser de 15%.

Além disso, haverá discussão sobre a redução de gastos primários. Esse ponto, no entanto, será debatido pelos líderes com suas bancadas, para depois se chegar a um acordo de eventuais cortes que possam ser feitos.

Tarifaço sobre a mesa

No cenário externo, as atenções do mercado se voltam mais uma vez para o tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump.

Altos funcionários dos EUA e da China têm agenda nesta segunda-feira, em Londres, na mais recente etapa dos esforços entre os países para fechar um acordo comercial.

O encontro é uma tentativa de dar continuidade ao acordo preliminar alcançado no mês passado em Genebra, com minerais de terras raras e tecnologia avançada provavelmente no topo da agenda.

A reunião ocorre após um telefonema entre Donald Trump e Xi Jinping na semana passada, no qual o chinês teria dito ao norte-americano para “retirar as medidas negativas” que os EUA tomaram contra a China.

A delegação americana é liderada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, pelo secretário do Comércio, Howard Lutnick, e pelo representante comercial dos EUA, Jamieson Greer. O vice-primeiro-ministro He Lifeng lidera a equipe chinesa.

Investidores e líderes do mundo todo esperam que os dois países consigam acalmar a disputa. Atualmente, eles estão em meio a uma trégua de 90 dias que reduziu as novas tarifas entre os dois países para 10%.

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