A sonda Mars Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), capturou uma foto espetacular de Deuteronilus Cavus, uma cratera marciana intrigante. A imagem foi capturada em 2024 e foi publicada pela ESA em maio, revelando esta formação rica em estruturas que podem ajudar os cientistas a reconstruírem a dinâmica do planeta ao longo de bilhões de anos.
- Viagem interplanetária: quanto tempo leva para chegar em Marte?
- NASA vai decidir só em 2026 como trazer amostras de Marte à Terra
Deuteronilus Cavus fica em uma área que é como uma zona de transição entre o solo com relevo irregular do sul de Marte e as terras mais baixas e suaves ao norte. Os astrônomos suspeitam que esta estrutura se formou entre 4,1 e 3,7 bilhões de anos, quando o Planeta Vermelho foi atingido por um grande objeto.

Com o tempo e ação erosiva da água e gelo, a formação de 120 km se ampliou, alcançando quase o dobro do tamanho. Segundo os astrônomos da ESA, é como se a “cratera estivesse mergulhada em camadas da história marciana“. A colocação não é exagero: ao longo dos séculos, a formação ficou exposta a fluxos de lava, erosão causada pela água líquida, ciclos de congelamento e resfriamento e, claro, pela ação do vento.
–
Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.
–
A presença dos minerais de argila na cratera sugerem interações passadas entre materiais vulcânicos e água, que indicam que antigos ambientes habitáveis podem ter existido ali. Este cenário é reforçado pelos vestígios de canais na região, que provavelmente foram formados pelos fluxos de água na superfície ou pelo colapso do solo onde havia água subterrânea.

Já as ondulações na borda da cratera podem ser o resultado da ocorrência de gelo, que teira se formado quando Marte tinha inclinação diferente daquela que tem hoje. “As ondulações lineares indicam por onde as rochas congeladas na base de uma geleira foram arrastadas, criando os sulcos que vemos hoje”, explicaram os oficiais da ESA.
Finalmente, o interior da cratera é composto por rochas, mesas geológicas, canais e planícies, que parecem ser o que restou de um pico central que colapsou. “Esta cratera rica em formações tem todos os ingredientes para explorar os processos geológicos variados de Marte, nos oferecendo um gostinho da sua história complexa”, finalizaram.
Leia também:
Veja Marte em 360º pelos “olhos” do rover Curiosity, da NASA
Foto da Terra vista de Marte mostra o quanto somos minúsculos
Vídeo: Qual a melhor configuração para Fotografar a Lua com Smartphone? Guia completo com nosso fotógrafo
Leia a matéria no Canaltech.