Astrônomos encontram 15 galáxias gigantes e não sabem como elas cresceram tanto

Astrônomos encontraram 15 novas galáxias de rádio gigantes e estão intrigados por suas origens. Consideradas os maiores objetos únicos no universo conhecido, cada uma delas mede mais de 2,3 milhões de anos-luz e todas estão nos arredores da constelação do Escultor, dentro do campo de visão do telescópio australiano Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP).

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“As radiogaláxias gigantes são os maiores objetos individuais do universo. Elas são semelhantes em tamanho a todo o Grupo Local, que inclui a Via Láctea, Andrômeda e muitas galáxias anãs”, disse Baerbel Silvia Koribalski, autora que liderou o estudo. “Queríamos descobrir como as radiogaláxias gigantes se tornam tão grandes”.

Galáxia de rádio gigante observada pelo telescópio Hubble (NASA, ESA, S. Baum and C. O’Dea (RIT), R. Perley and W. Cotton (NRAO/AUI/NSF), and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA))

Segundo ela, estas galáxias gigantes costumam ser do tipo elípticas, e têm buracos negros massivos em seus centros. Quando se alimentam de matéria, estes objetos formam os chamados núcleos galácticos ativos, e disparam poderosos jatos de matéria a velocidades próximas daquela da luz. 


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De fato, todas as grandes galáxias têm buracos negros supermassivos, e muitos deles estão se alimentando de matéria. O que diferencia as galáxias gigantes é que os jatos disparados por estes objetos podem chegar a 15,3 milhões de anos-luz, e criam lóbulos emissores de ondas de rádio nas áreas frontais dos jatos. 

Já as galáxias recém-encontradas têm comprimento de 3,7 milhões a 12,4 milhões de anos-luz. Para comparação, considere nossa Via Láctea, que tem “apenas” 105.700 anos-luz de comprimento — em outras palavras, 117 galáxias como a nossa poderiam ser encaixadas no interior de ASKAP J0107–2347, a maior galáxia de rádio encontrada.

Núcleos galácticos ativos são o lar de buracos negros supermassivos (Carl Knox – OzGrav, ARC)

ASKAP J0107–2347 fica a 1,5 bilhão de anos-luz e chamou a atenção dos pesquisadores tanto por seu tamanho quanto por seus lóbulos de rádio: os mais internos são pequenos e luminosos, e os mais externos, fracos e alongados. Por enquanto, a ASKAP J0107–2347 é considerada um ótimo exemplo destas galáxias, e os astrônomos esperam encontrar outras como ela. 

“O ASKAP vai aumentar muito o número de radiogaláxias gigantes próximas e distantes”, disse Koribalski. “Os levantamentos do céu do ASKAP fornecem tantos dados que até mesmo objetos raros podem agora ser detectados em maior número”, concluiu a autora.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado no repositório arXiv. 

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