Durante o evento Nordeste em Pauta: Indústria e Inovação, promovido nesta terça-feira (10/6) pelo Metrópoles, em parceria com o Banco do Nordeste, em Brasília, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, defendeu a importância de articulação entre governos, setor produtivo e academia como caminho para fortalecer a indústria regional com base em inovação e sustentabilidade.
Ao destacar o papel estratégico da região no cenário nacional, a ministra afirmou que “o Nordeste é uma potência, é uma região que tantas vezes esteve à frente do seu tempo e tão enorme contribuição dá para construirmos um Brasil melhor.”
Luciana apresentou iniciativas do governo federal voltadas a fomentar o desenvolvimento do Nordeste, como a Chamada Pública Nordeste, que vai destinar até R$ 10 bilhões a projetos nas áreas de energias renováveis, bioeconomia, descarbonização, data centers verdes e setor automotivo. A ação é fruto da parceria entre Finep, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Sudene e o Consórcio Nordeste.
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Segundo a ministra, o objetivo é reunir os principais agentes de fomento do país para estruturar, de forma coordenada, soluções financeiras adequadas a cada proposta selecionada.
“Estamos assumindo uma postura ativa, apresentando aos empresários nordestinos opções para contribuir com o desenvolvimento sustentável, tecnológico e inclusivo da nossa região”, explicou.
Entre os mecanismos que podem ser aplicados, estão crédito incentivado, subvenção econômica, participação acionária e recursos não reembolsáveis. Luciana reforçou que o estímulo à inovação é visto como motor para a nova política de industrialização brasileira, sobretudo em um momento de transformações tecnológicas e geopolíticas.
Investimentos
Ela também destacou os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB), que somam R$ 21,2 bilhões até maio de 2024, um salto em relação aos R$ 7,8 bilhões de 2023. Os recursos, aplicados por meio da Finep, apoiam mais de 2.700 projetos alinhados às seis missões da NIB, que incluem áreas como saúde, infraestrutura urbana, transformação digital e defesa.
“A inovação é o motor do desenvolvimento, ainda mais em um mundo em ebulição tecnológica e mudanças geopolíticas profundas”, afirmou
Durante sua fala, Luciana abordou ainda a necessidade de reduzir a dependência externa em áreas estratégicas, como a produção de radioisótopos — insumo essencial para o tratamento do câncer, hoje majoritariamente importado da Rússia. Nesse sentido, destacou o Reator Multipropósito Brasileiro, em construção no estado de São Paulo, como parte do esforço de garantir autonomia tecnológica.
Outro ponto citado foi o fundo FIP Nordeste Capital Semente, que terá aporte inicial de R$ 120 milhões para financiar startups da região com faturamento de até R$ 48,5 milhões por ano. A iniciativa é voltada a empresas de base tecnológica e resulta de uma parceria entre Finep, Banco do Nordeste e Sebrae.
Nordeste em Pauta
O evento, promovido pelo Metrópoles em parceria com o Banco do Nordeste, ocorreu em Brasília e reuniu representantes do setor público, da indústria e da imprensa.
A produção industrial do Nordeste cresceu 2,5% em 2024, com destaque para estados como Rio Grande do Norte (7,4%), Ceará (6,9%) e Pernambuco (4,6%), segundo o IBGE. No mesmo período, a economia nordestina teve expansão de 4,0%, superando a média nacional de 3,8%.
A programação foi dividida em dois painéis e teve mediação do jornalista Igor Gadelha, colunista do Metrópoles.