O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, defendeu nesta quinta-feira (12) que os diversos setores da economia brasileira firmem um “pacto nacional” em defesa do ajuste das contas públicas, em busca de um maior equilíbrio fiscal.
O líder industrial disse ainda que o setor deve abrir mão de “incentivos ineficazes”, que seriam dispensáveis, e que não são apenas os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário que devem fazer sua parte no ajuste das contas.
“Ninguém abre mão de nada, seja nas políticas públicas de gastos, seja nas políticas públicas de subsídios e incentivos, que são dados muitas vezes em momentos importantes, relevantes, que eram justificáveis, mas que vão sendo prorrogados indefinidamente”, afirmou Josué, durante um evento promovido pela Fiesp em São Paulo.
“É fácil a gente apontar o dedo para o Executivo ou mesmo para o Legislativo, as emendas ou para os supersalários do Judiciário, mas nós também temos que dar os nossos exemplos,” prosseguiu o presidente da Fiesp.
Em seu pronunciamento, Josué disse que o setor industrial também deve fazer um “autoexame”.
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“Passemos no exame de consciência e vejamos onde nós precisamos nos ajustar para que o Brasil possa ter um período de crescimento importante, sustentável, movido a investimentos e produtividade”, afirmou.
“É responsabilidade não só do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, mas também da sociedade, das classes produtoras, dos trabalhadores, da sociedade civil organizada, rapidamente conseguirmos entrar em um consenso e trabalharmos em um pacto nacional para que as contas públicas estejam equilibradas”, completou.
O pacote de Haddad
No mais novo pacote de medidas fiscais apresentado pelo governo federal, a equipe econômica projeta um corte de 10% de incentivos fiscais. Com isso, 90% da renúncia fiscal seria mantida e os outros 10% retornariam à alíquota-padrão.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), propõe, entre outros pontos, o fim da isenção do Imposto de Renda (IR) de títulos de renda fixa como as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).