Fast-fashion: França mira na Shein e Temu e protege mercado europeu

O senado francês aprovou na última terça-feira (10/6) um projeto de lei que, se implementado, trará dificuldades para o fast-fashion no país. Apesar de abordar questões como sustentabilidade e consumismo, a iniciativa se mostra branda com varejistas europeias e rígido com chinesas.

Vem entender os detalhes!

O logotipo da Temu em uma tela e o logotipo da Shein exibidos na tela de um telefone são vistos nesta ilustração - metrópolesShein e Temu serão as principais empresas impactadas

França inicia combate ao fast-fashion

Protocolado pela deputada Anne-Cécilie Violland, o projeto de lei defende que as empresas promovem o consumismo excessivo e representam um risco ao meio ambiente. Após conquistar a aprovação unânime na Assembleia Nacional Francesa, o texto seguiu para o Senado, onde foi editado e, consequentemente, aprovado.

A proposta evidência a distinção entre o fast-fashion clássico — que protege varejistas como Zara e H&M — e o ultra fast-fashion, remetendo a empresas como Shein e Temu. Se implementada, a lei deve proibir as plataformas chinesas de fazerem publicidade no território francês.

Uma jovem segura um cartaz com os dizeres "SHEIN = 22% do gás de aquecimento emitido para jovens" em frente a uma loja pop-up da SHEIN. A indústria fast-fashion é altamente poluente

Segundo o texto, a medida vem em prol da sustentabilidade e surge como um ofensiva ao consumismo exacerbado. Também foi apontado que a alta produção e baixos preços resultam numa prática desleal aos competidores do mercado têxtil francês.

Caso os critérios ambientais indicados pelo Parlamento sejam descumpridos, as empresas serão penalizadas em no mínimo 10 euros por peça até 2030, podendo atingir até 50% do valor do produto.

Veja outras empresas de fast-fashion na galeria:

4 imagensPrimark, fundada na IrlandaUniqlo, fundado no JapãoZara, fundada na EspanhaFechar modal.1 de 4

H&M, fundada na Suíça

Cheng Xin/Getty Images2 de 4

Primark, fundada na Irlanda

John Keeble/Getty Images3 de 4

Uniqlo, fundado no Japão

Costfoto/NurPhoto via Getty Images4 de 4

Zara, fundada na Espanha

Matthias Balk/picture alliance via Getty Images

Para as instituições ambientais francesas, a proposta legislativa apresenta lacunas e promovem o esvaziamento da pauta ambiental dentro da moda, tendo em vista que apenas o setor ultra fast-fashion seria impactado. Em resposta ao Parlamento, Quentin Ruffat, porta-voz da Shein na França, criticou o projeto, alegando que as medidas precisam ser aplicadas a todos para terem eficiência.

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