12 de junho de 2025 – Roma, Itália. A deputada Carla Zambelli está oficialmente sob risco de prisão imediata na Itália, após validação judicial do alerta vermelho da Interpol e mobilização da polícia local, segundo o embaixador do Brasil em Roma.
A bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) vive seus últimos dias de liberdade na Europa. Foragida da Justiça brasileira desde maio, a deputada foi incluída formalmente na lista de difusão vermelha da Interpol, e as autoridades italianas já deram sinal verde para sua detenção imediata — ao menos em locais públicos.
A informação foi confirmada por Renato Mosca, embaixador do Brasil na Itália, durante entrevista à GloboNews. “Ela poderá ser presa a qualquer momento”, declarou, reforçando que há uma mobilização policial em curso para localizá-la. Apesar de não haver mandado de busca dentro de domicílios, Zambelli pode ser detida em aeroportos, ruas, cafés ou eventos públicos.
O pedido de extradição, assinado pelo governo brasileiro, foi protocolado nesta quinta-feira, 12 de junho, e agora aguarda decisão da Justiça italiana. Segundo Mosca, o trâmite pode levar menos de um ano — um prazo curto considerando a complexidade de processos desse tipo.
Um escândalo internacional
A situação de Zambelli simboliza a radicalização da extrema-direita brasileira e sua articulação transnacional. Após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos e 8 meses de prisão por inserir falsos dados no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes —, a deputada fugiu do país, passando por Argentina e Estados Unidos, até se instalar na Itália.
Mesmo licenciada do mandato por 127 dias, Zambelli se declarou “não foragida” em entrevista ao blog da jornalista Natuza Nery, alegando perseguição política. A narrativa de mártir perseguida pela “ditadura do Judiciário” tem sido explorada por apoiadores, mas não convence nem as autoridades italianas, nem a Interpol.
Cooperação Brasil-Itália acelera processo
Diferente do que muitos esperavam, a legislação italiana permite a extradição de ítalo-brasileiros — e já o fez em casos anteriores. “Temos 14 pedidos em andamento, sendo quatro de cidadãos com dupla nacionalidade. Só em 2025, um ítalo-brasileiro já foi extraditado”, explicou o embaixador Mosca. A prisão de Zambelli, portanto, não é só possível: é provável.
Enquanto isso, o Diário Carioca apurou que setores da diplomacia brasileira tratam o caso como uma bomba-relógio. A permanência de Zambelli em solo europeu virou questão de segurança jurídica e reputacional para o Estado brasileiro — que agora se vê pressionado a mostrar que suas decisões judiciais são respeitadas além de suas fronteiras.
O desespero de uma fugitiva
Fontes próximas à defesa da deputada relatam que ela tenta se “regularizar” na Itália para evitar a extradição. O movimento, segundo analistas jurídicos ouvidos pelo Diário Carioca, pode ser uma estratégia para arrastar o processo e buscar proteção sob a alegação de que sofre perseguição política — argumento que raramente é aceito pela Justiça europeia quando há sentença condenatória firme.
Zambelli, figura central no bolsonarismo, repete o roteiro de outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que buscaram refúgio no exterior após condenações no Brasil. A diferença é que, desta vez, a cooperação internacional está operando com mais firmeza.
O que está em jogo
Por trás da fuga, há interesses maiores: evitar que Zambelli se torne símbolo da fragilidade de redes extremistas internacionais. Sua prisão representaria o desmonte de um circuito de proteção política transnacional que vinha sendo ensaiado pela extrema-direita desde 2018.
Sua eventual extradição pode virar exemplo emblemático — e freio — para outros políticos que cogitam evadir-se após condenações criminais. A Justiça brasileira espera, agora, que a cooperação com a Itália reverbere como um alerta: o mundo está mais atento e menos tolerante à impunidade de extremistas.
O Carioca Esclarece
Zambelli já foi formalmente incluída na lista vermelha da Interpol. Sua prisão depende apenas de ser localizada em local público na Itália. O processo de extradição já está em andamento.
FAQ
Zambelli pode ser presa na Itália mesmo sendo ítalo-brasileira?
Sim. A legislação italiana permite extradição de ítalo-brasileiros. Há precedentes recentes e cooperação ativa com o Brasil.
Fonte: G1 – GloboNews
Ela está realmente foragida?
Sim. Após condenação pelo STF, Zambelli deixou o país sem autorização e está sendo procurada pela Interpol.
Fonte: STF
Quanto tempo pode durar o processo de extradição?
Menos de um ano, segundo o embaixador Renato Mosca. A Justiça italiana já iniciou a tramitação.
Fonte: Diário Carioca
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