Com alvo em instalações nucleares, Israel bombardeia Irã e mata comandante-chefe da ‘Guarda Revolucionária’

 

Após meses de ameaças, Israel elevou a tensão no Oriente Médio e realizou bombardeios contra o Irã nessa quinta-feira (12). A operação militar acontece oito meses depois de os dois países, que são rivais históricos, se atacarem mutuamente.

Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram o ataque, classificado-o como “preventivo”. Os alvos, segundo militares israelenses, teriam sido instalações “nucleares em diferentes áreas do Irã”.

No texto, as FDI sinalizaram que o ataque pode ser apenas o início de uma campanha contra o Irã. “Em pouco tempo, dezenas de jatos concluíram a primeira etapa [do ataque], que incluiu ataques a dezenas de alvos militares, incluindo alvos nucleares em diferentes áreas do Irã”, informa.

A mídia estatal do Irã divulgou que o comandante-chefe da Guarda Revolucionária (IRGC) do país, Hossein Salami, o comandante sênior do IRGC, Gholamali Rashid, e os cientistas nucleares Fereydoun Abbasi e Mohammad-Mehdi Tehranchi morreram em decorrência dos bombardeios.

Depois do ataque dessa quinta-feira, Israel decretou estado de emergência no país e fechou o espaço aéreo. Isso, porque há alguns dias o Irã se mostrou pronto para retaliar qualquer ataque contra seu território – o que incluiria não só alvos israelenses, como também bases norte-americanas espalhadas pelo Oriente Médio.

Ameaças nos últimos meses

Há meses, o governo de Benjamin Netanyahu subiu o tom contra o regime do aiatolá Ali Khamenei, com ameaças que miravam principalmente o programa nuclear iraniano – considerado um perigo existencial para Israel.

Uma operação militar israelense visando pontos do país chegou a ser abortada em abril, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se mostrar contrário à medida.

Nos últimos anos, o avanço nuclear do Irã incomodou a comunidade internacional, especialmente os EUA e Israel. Por isso, Netanyahu afirmou, em outubro de 2024, que uma das prioridades da sua administração seria impedir que Teerã construa uma arma de destruição em massa.

O ataque dessa quinta-feira surge dias antes de EUA e Irã anunciarem uma nova rodada de negociações nucleares, previstas para o próximo domingo (15/6), em Omã. Com quase nenhum avanço, uma possível ação militar visando o programa nuclear iraniano já havia sido ventilada, caso Teerã não aceitasse o acordo.

Operação contra o Irã vai durar o tempo que for necessário, diz Netanyahu

O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nessa quinta-feira (12), em pronunciamento, que a operação militar contra o Irã vai continuar pelo tempo que for necessário. O país bombardeou o rival histórico, no Oriente Médio, afirmando tratar-se de um “ataque preventivo”.

“Esta operação continuará por tantos dias quanto forem necessários para remover esta ameaça”, afirmou Netanyahu em pronunciamento feito logo após o ataque, nessa quinta-feira.

Ele sustenta que o bombardeio visa a anular o enriquecimento de urânio pelo Irã. O primeiro ministro de Israel afirmou, sem provas, que o Irã já teria enriquecido urânio suficiente para a produção de nove bombas atômicas. O receio dele é de que o país tenha condições de produzir em um ano ou em poucos meses armas nucleares, por isso o “ataque preventivo” .

“Hoje, o estado jesuíta recusa ser vítima de um holocausto nuclear perpetrado pelo regime iraniano”, afirmou Netanyahu.

Fonte: Metrópoles

 

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