A adoção de inteligência artificial por bancos foi um tópico amplamente discutido durante a Febraban Tech 2025, evento da Federação Brasileira de Bancos. Para o CTO de Edge Computing e IoT da Intel, Bruno Domingues, a tendência é que o uso se concentre na aceleração de detecção de fraudes e otimização de processos internos.
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Em conferência, o diretor de tecnologia da empresa pontuou que, apesar do setor financeiro ainda ser conservador na adoção da IA, a tendência é que a adoção priorize ações internas das instituições do que externas — ou seja, diretamente com os clientes.
“Eu vejo os bancos investindo mais pesadamente nesse aspecto interno”, destaca o Domingues. Ele ainda adiciona que essa aplicação para otimizar o tempo de resolução de problemas na empresa conseguirá melhorar a produtividade dos funcionários que, por sua vez, conseguirão focar ainda mais nos clientes.
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Domingues justifica sua posição ao analisar a adoção dos bancos pelos chatbots para atendimento ao cliente. “Vários bancos colocaram agentes [de IA] para falar com clientes no passado e a experiência dos usuários finais, normalmente, não foram excepcionais“, aponta.
Contudo, o CTO da Intel também adiciona que os bancos não vão deixar de aplicar a IA externamente.
Ele analisa que as instituições financeiras buscam usar agentes autônomos em conjunto com os funcionários para ajudar na localização de informações e sugestões de serviços, por exemplo.
Domingues analisa que a IA será usada como uma ferramenta para que agentes humanos consigam ter mais agilidade, produtividade em conjunto com um atendimento mais humano e, por consequência, ainda mais personalizado.
Investimento do setor financeiro em IA
Embora o setor financeiro seja conservador na adoção da IA, Domingues aponta que, a cada US$ 5 investidos em inteligência artificial, US$ 1 tem origem no mercado financeiro.
Para explicar isso, o CTO elenca que bancos com presença global, chamados por ele de “bancos de trilhão de dólares”, que fazem grandes investimentos em projetos de IA. Essas aplicações buscam trazer eficiência técnica e regulatória para instituições que atuam em diversos países.
Segundo Domingues, bancos que não operam em escala global geralmente investem em projetos de IA que já foram desenvolvidos e aplicados por instituições maiores, de acordo com sua própria capacidade de investimento.

Desafios regulatórios
Os desafios regulatórios para que bancos consigam adaptar suas tecnologias às regras transnacionais é outro ponto abordado pelo executivo. Domingues observa que, normalmente, os bancos tendem a ter regras mais rígidas que as próprias regulações e que o desafio se encontra na adaptação de grandes instituições às leis locais.
Ainda que seja um desafio, Domingues também vê que a própria IA também poderá ser útil para auxiliar na checagem de conformidade das ações e documentos da empresa com as leis.
Segurança e open source
O executivo da Intel faz parte do comitê técnico da Fintech Open Source Foundation (FINOS), grupo destinado ao desenvolvimento de código-aberto para instituições financeiras, e avaliou que a incorporação do open source em bancos demorou devido à preocupação com backdoors, códigos maliciosos nos softwares.
“Por exemplo, como você não conhece o desenvolvedor que está escrevendo o código, ele pode colocar algo malicioso, um backdoor, ele pode incorporar aquele componente dentro do seu produto e coloca em produção. Então, os bancos sempre foram muito preocupados com a governança das soluções open source, como é que ele é feito, como é que eu posso checar. Eles verificam tudo isso”, explica o CTO.
Para conseguir driblar esses riscos, Domingues explica que muitos bancos fazem um processo de integração em que discutem as melhores técnicas e tecnologias adotadas, como o open source, para conhecer melhor o desenvolvimento e se a adoção é benéfica.
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